Israel usa palestinos como escudos humanos em Gaza, relatam soldados e ex-detentos a agência


Soldados israelenses e ex-prisioneiros palestinos ouvidos pela agência de notícias Associated Press (AP) relataram que as Forças Armadas de Israel usam palestinos como escudos humanos na Faixa de Gaza e que a prática é amplamente adotada na guerra contra o grupo terrorista Hamas.

Segundo as informações, publicadas em reportagem neste sábado, 24, palestinos são vestidos com roupas militares, equipados com câmeras nos capacetes e usados para verificar se casas, prédios e túneis estão livres de explosivos ou de terroristas.

Em resposta, o Exército de Israel disse que o uso de civis como escudos humanos é terminantemente proibido e que orientações nesse sentido são transmitidas com frequência aos soldados. Também afirmou que suspeitas isoladas de violações estão sob investigação.

Um oficial israelense entrevistado reservadamente pela reportagem da AP narrou que, frequentemente, as ordens vêm dos superiores hierárquicos e que quase todos os pelotões em Gaza usaram palestinos nas varreduras.

A prática é considerada um crime de guerra e proibida por leis internacionais. Comandantes militares israelenses acusam o Hamas de usar a tática e atribuem a isso o grande número de palestinos mortos e feridos desde o início da guerra.

Sete palestinos alegaram ter sido usados ??como escudos em Gaza e na Cisjordânia. Um deles narrou que foi ameaçado de morte e forçado a inspecionar casas e túneis por 17 dias consecutivos. Outro relatou que foi separado da família e que, em uma das varreduras, encontrou por acaso com o irmão, usado como escudo humano por outro pelotão.

Dois soldados do Exército israelense confirmaram ter se envolvido na prática e afirmaram que seus comandantes estavam cientes e que alguns até davam ordens nesse sentido. Segundo os militares, o codinome para os escudos humanos no Exército é “protocolo mosquito”.

Os soldados disseram que tomaram conhecimento do uso dos escudos humanos logo após o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, e que o uso se espalhou em meados de 2024. Os militares ouvidos pela AP afirmaram ainda que a tática acelera operações, economiza munições e evita a morte de cães farejadores.

Um relatório obtido pela Associated Press registrou que um desses escudos humanos foi morto acidentalmente por soldados israelenses de outra unidade que o confundiram com um membro do Hamas./COM INFORMAÇÃO DA AP



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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