Os ataques de Israel e dos Estados Unidos ao Irã complicaram ainda mais um consenso no Brics. Além de exigir uma manifestação mais forte do grupo sobre a guerra e os ataques que sofreu, a delegação iraniana no Rio recrudesceu sua posição e agora quer mudar até a forma como o bloco vai se referir a Israel.
A negociação para obter uma declaração final no Brics, desta vez em nome dos líderes políticos, ficou mais “difícil”, relatou um diplomata envolvido na negociação da Cúpula no Rio.
Os países membros do Brics discutem se vão subir o tom no comunicado de líderes, como exige o Irã. O chanceler iraniano, Abbas Araghchi, está a caminho do Rio, e pode se envolver na negociação.
A posição iraniana extrapola como o grupo pretendia tratar os ataques aéreos de 12 dias e contaminou até manifestação do grupo sobre a questão palestina, outro ponto sensível, já que o grupo tem países mais próximos de Israel e dos EUA, como a Índia, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
Após o bombardeios, porém, o Irã recrudesceu e quer usar uma linguagem mais próxima da oficial em Teerã e da diplomacia de guerra. Os ataques sem precedentes na história atingiram o programa nuclear iraniano, mataram lideranças militares e cientistas, unidades das Forças Armadas e até uma rede estatal de TV.
Por princípio, a liderança islâmica do Irã nega a existência do Estado de Israel, o que leva o governo israelense a considerar que enfrenta uma questão existencial caso os iranianos consigam fabricar uma bomba nuclear. Esse foi um dos pretextos dos ataques.
Em Teerã, autoridades governamentais costumam se referir ao país como “inimigo”, “entidade sionista” ou “regime sionista”. Uma versão similar chegou a ser defendida pela diplomacia persa dentro do Brics. O tema é considerado importante pelo Irã.
A cobrança persa era esperada, pelo fato de o grupo ter um país atacado. Além disso, o cessar-fogo é visto como “instável” por integrantes de chancelarias presentes ao Rio.
Não há consenso porque delegações no Brics rejeita esse tipo de linguagem ou até a simples menção direta a Israel e Estados Unidos.
Os três pontos pendentes agora são como se pronunciar sobre a questão palestina, os ataques ao Irã e resolver a proposta de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, na qual o Brasil sofreu um revés em Kazan.
O tema também é considerado “difícil”, mas o Brasil tenta contornar a disputa africana, que impede a menção a um país africano como candidato a uma vaga no Conselho de Segurança. A objeção de Egito e Etiópia derrubou também o apoio explícito a Brasil e Índia.
Não houve menções ao recente ataque da Rússia contra a Ucrânia, a maior operação aérea desde o início da invasão. O recente conflito entre Paquistão e Índia também teve menor impacto.
A declaração principal também será enfática sobre o tarifaço comercial, vai mas não citará o presidente Donald Trump e os Estados Unidos. Por outro lado, o recado do Brics em defesa do multilateralismo ficará explícito pelos convites especiais a entidades combatidas por Trump: o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Além disso, o Brics vai publicar três comunicados específicos sobre: Financiamento Climático, Parceria Para Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas e Inteligência Artificial.
Por: Estadão Conteúdo
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