Influencer é preso por deixar falsa bomba em aeroporto para viralizar ‘pegadinha’; entenda

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Por Redação, O Estado de S. Paulo – 19/08/2025 14:18

Um jovem de 24 anos foi preso pela Polícia Federal de Rondônia na segunda-feira, 18, por ter deixado um explosivo falso no Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira, em Porto Velho, em Rondônia. O episódio aconteceu na quinta-feira, 14, e foi gravado e postado nas redes sociais do rapaz.

Segundo a defesa de Carlos Eduardo Lenartowicz Lima, conhecido nas redes como ‘Enzo Master’, a mala deixada no local tinha um tijolo. O objetivo do rapaz era “viralizar” na internet e atrair a atenção de um influenciador digital de quem ele é fã.

Ainda de acordo com os advogados, Lima costuma gravar vídeos com “pegadinhas” para postar em seu perfil.

“Ele pulou um chafariz de um shopping em Porto Velho e ganhou 10 mil seguidores. Com esse (vídeo) do aeroporto, ele saiu de 10 mil seguidores para 16 mil”, afirma o advogado Jackson Chediak, que representa o criador de conteúdo. Os perfis de Lima foram derrubados no último final de semana.

A defesa ainda alega que a pegadinha tinha como objetivo atrair a atenção de um outro influencer, conhecido como Buzeira, que tem mais de 15 milhões de seguidores no Instagram.

“Ele pensou em fazer um artefato falso e ali ele colocou uma carta para um outro influenciador digital, de nome Buzeira, querendo chamar a atenção deste e ganhar seguidores. (A intenção) não foi de cometer terrorismo, de afrontar a lei de segurança nacional, nada disso. E não houve grandes prejuízos nesses fatos”, alega a defesa.

Após a prisão, a Polícia “adotou os trâmites legais cabíveis e o detido foi encaminhado à unidade prisional da capital, onde permanecerá à disposição da Justiça”, informa a PF.

“As investigações prosseguem com a coleta de elementos informativos de autoria e materialidade, visando garantir a segurança aeroportuária e a proteção da sociedade”, completa a autoridade policial.

Câmeras de segurança identificaram

Carlos Eduardo foi identificado pela Polícia por meio das câmeras do aeroporto mas não foi preso em flagrante.

Ao sair do aeroporto, o jovem ligou para o Centro de Operação da Polícia Militar e informou que havia deixado um artefato explosivo falso no aeroporto, diz a defesa. “No dia seguinte, ele se apresentou na sede da Polícia Federal, mas o delegado se recusou a ouvi-lo”, afirma.

Posteriormente, a polícia pediu prisão preventiva baseada em um risco de fuga. “Mesmo tomando conhecimento do decreto preventivo, por questão de boa fé, a defesa levou ele até a sede da Polícia Federal para dar cumprimento, apresentando ele espontaneamente”, alega o advogado.

Outro lado

A defesa de Carlos Eduardo afirma que ele cometeu um erro, mas que a condução policial está sendo feito de forma “desproporcional”.

“O Eduardo cometeu um erro, deve pagar pelo que cometeu na medida da sua culpa, mas há uma desproporcionalidade no tocante à prisão. Ele é primário, sustenta bons antecedentes e com hipótese de confusão espontânea tem redução da pena, então na pior das hipóteses ele fica no regime semiaberto, na melhor no regime aberto. Então, a prisão cautelar preventiva não deve ser mais gravosa do que a própria pena”, diz o advogado.

“É um jovem que, motivado pelo que a sociedade legitima, que é a fama fácil em rede social sem nenhum esforço, mas fazendo alguns absurdos como pular em chafariz, colocar panela na cabeça. É lamentável porque esse jovem deveria estar no nosso meio, deve sim receber uma reprimenda, deve sim pagar pelo que fez, mas não estar no meio de cidadãos infratores e criminosos convictos sendo recrutado por facções”, acrescenta. A defesa trabalha em um pedido de liberdade provisória.



Por: Estadão Conteúdo

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