Indústria mantém previsão de crescimento do PIB em 2,3% para 2025


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve em 2,3% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025. O informe conjuntural divulgado nesta sexta-feira, 17, aponta que a estimativa reflete as expectativas de alta de 8,3% da agropecuária e de 2% dos serviços. Já a perspectiva de crescimento da indústria caiu de 1,7% para 1,6%, segunda revisão para baixo consecutiva.

A CNI projeta que a inflação continuará perdendo força, podendo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) sair dos atuais 5,2% para 4,8% até o encerramento de 2025 – considerando o acumulado de 12 meses. O informe considera que o recuo no IPCA não deve ser suficiente para que o Banco Central inicie o processo de cortes da taxa de juros, o que deve manter a Selic em 15% até o fim de dezembro.

Os juros elevados vão diminuir o apetite de empresas e consumidores por crédito, afirma a CNI. Como efeito, a projeção é de que as concessões totais de crédito devem ter crescimento real de 5,5%, quase metade dos 10,7% do ano passado. “Os juros altos, a perda de ritmo da indústria e o cenário externo turbulento vão impactar os investimentos, que devem registrar alta de 3%, ante os 7,3% de 2024”, destaca o informe.

Indústria

O setor industrial deve sofrer, sobretudo, pelo desempenho da indústria de transformação. A projeção de alta saiu de 1,9%, no início do ano, para 0,7% no relatório mais recente, relativo ao terceiro trimestre. O impacto foi amenizado pela projeção para a indústria extrativa, cuja expectativa de crescimento saltou de 2% para 6,2%.

A projeção de crescimento para a indústria da construção também foi revista para baixo, de 2,2% para 1,9%. Segundo a CNI, os juros altos impactaram as vendas do varejo de produtos do setor, a produção de insumos típicos da construção e o número de pessoas, explicando o cenário negativo.

A indústria de transformação é o setor industrial que mais vem perdendo ritmo em relação a 2024, quando expandiu 3,8%. Começou o ano com projeção de 1,9% de crescimento, dado revisado para 1,5% no informe do segundo trimestre, e chega ao terceiro trimestre com previsão de fechar o ano com alta de 0,7%.

Além da Selic, considerada o principal entrave, três fatores contribuem para a desaceleração da indústria de transformação, aponta o diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles. “A demanda por bens industriais na economia brasileira vem diminuindo. Além disso, nós tivemos um aumento expressivo das importações. Ou seja, o mercado brasileiro não cresce e, cada vez mais, as importações dominam, inibindo a capacidade de crescimento da produção nacional.”

Outro fator negativo, lembra Telles, são as tarifas adicionais dos Estados Unidos, principal parceiro comercial da indústria de transformação. “Em agosto e setembro, as exportações desse segmento para os EUA caíram 21,4% na comparação com os mesmos meses do ano passado”, pontua.

Os desempenhos positivos das indústrias de transformação, extrativa e da agropecuária nos primeiros meses do ano, no entanto, serão suficientes para que as exportações brasileiras cresçam 2,3% em relação ao ano passado, totalizando US$ 347,5 bilhões, projeta a CNI. Com isso, a balança comercial deve registrar superávit de US$ 60,5 bilhões, 8,2% inferior ao observado em 2024.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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