O Ibovespa abriu a terça-feira, 28, com viés de baixa, mas logo migrou para o terreno positivo, estimulado principalmente por ações de primeira linha, como Vale, Petrobras e grandes bancos. Em Nova York, as bolsas miram alta, após recordes, motivados por sinais de avanços comerciais dos Estados Unidos com a China.
As incertezas fiscais no Brasil também ficam no foco. Hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terá um almoço com o relator do projeto de Isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, Renan Calheiros (MDB-AL). O governo articula com o Congresso medidas para aprovar o Orçamento de 2026. Além disso, estuda alternativas para diminuir o rombo provocado pela derrubada da Medida Provisória do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A agenda esvaziada e o recuo de 1% nas cotações do petróleo limitam o avanço do principal indicador da B3, que ontem renovou marca inédita ao longo da sessão e de fechamento, na esteira do otimismo após a conversa entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente dos EUA, Donald Trump, para tentar rever as tarifas impostas a produtos brasileiros, no domingo.
“Opera com moderação depois da alta de ontem, tem ajuste na curva e no câmbio, com o Ibovespa flertando com estabilidade. A agenda está mais pautada em expectativas pelo corte de juros pelo Fed amanhã e balanços de big techs”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Amanhã, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) divulgará sua decisão à tarde. Espera-se que o banco central dos EUA reduza as taxas em 0,25 ponto porcentual pela segunda vez seguida.
Além da queda esperada para esta quarta-feira, André Valério, economista sênior do Inter, estima outro declínio de 0,25 ponto no encontro em dezembro. Segundo ele, as declarações dos membros votantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed desde a última reunião foram na direção de que a flexibilização da política monetária para dar apoio ao mercado de trabalho é uma decisão razoável nesse momento.
A expectativa de novos cortes pelo Fed tende a abrir espaço para que o Comitê de Política Monetária (Copom) inicie o processo de queda da Selic. A maioria das apostas é que este processo comece em janeiro de 2026.
Para Daniel Gewehr, estrategista-chefe de ações para Brasil e América Latina (LatAm) do Itaú BBA, esse cenário de queda de juros deve atrair investidores estrangeiros para a B3. A estimativa ocorre apesar da saída de recursos internacionais observada em outubro até o fim da semana passada, de R$ 3,282 bilhões. Esse montante deve ser o pior em seis anos.
Ontem, o Índice Bovespa encerrou o pregão com alta de 0,55%, aos 146.969,10 pontos, recorde de fechamento, após atingir marca inédita próxima aos 148 mil pontos (147.976,99 pontos, em alta de 1,23%).
Às 11h02 desta terça, o Ibovespa subia 0,18%, aos 147.228,77 pontos. Vale tinha alta de 0,45%, enquanto Petrobras, entre 0,63% (PN) e 0,50% (ON). Entre os grandes bancos, só Unit de Santander operava no negativo (-0,44%).
Por: Estadão Conteúdo









