Gilmar pede manifestação do Congresso, AGU e PGR sobre rito de impeachment de ministros do STF


O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), requisitou nesta quarta-feira, 17, informações do Congresso Nacional, da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o rito de impeachment de membros da Corte. Gilmar despachou em duas ações sobre o tema, movidas pelo partido Solidariedade e pela Associações dos Magistrados Brasileiros (AMB) sobre a Lei do Impeachment. Os processo devem ser julgados em conjunto.

O pedido de informações é praxe no rito do STF. Executivo, Legislativo e a PGR devem enviar pareceres a favor ou contra a constitucionalidade da lei. As manifestações servirão de subsídio para os ministros formarem seu convencimento. Não há data para o julgamento. As ações ainda estão na fase inicial de tramitação – aportaram ontem no tribunal. Cabe a Gilmar Mendes, como relator, solicitar uma data na pauta do STF quando os processos estiverem prontos para serem julgados, o que não tem prazo definido para acontecer.

As ações abordam diferentes pontos da Lei nº 1.079, aprovada na década de 1950 e recepcionada na Constituição. Um dos principais questionamentos é sobre a prerrogativa para denunciar os ministros. Hoje, qualquer cidadão pode entrar com uma representação no Congresso, o que abre caminho para a abertura do processo de impeachment. O Solidariedade defende que apenas o procurador-geral da República tenha esse poder.

O partido e a AMB também afirmam que o quórum exigido para a instauração do processo de impeachment contra ministros do STF deveria ser maior, o que na prática dificultaria o afastamento de membros do tribunal. Segundo as regras atuais, o número de votos para iniciar o processo é menor do que o necessário para aprovar as indicações do presidente ao Supremo. A associação de magistrados também defende que o STF impeça em qualquer hipótese o afastamento cautelar de ministros durante a tramitação do processo de impeachment.

Os processos chegam ao Supremo em uma temporada de animosidade entre o Judiciário e parte do Congresso na esteira da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Projetos para interferir no funcionamento do tribunal estão entre as bandeiras da oposição. Dificultar o processo de impeachment dos ministros vai na contramão do que pleiteiam os aliados do ex-presidente.

Em 2021, Bolsonaro chegou a pedir, ele próprio, o impeachment de Alexandre de Moraes, relator do processo que levou à sua condenação, mas a representação nunca foi colocada em votação.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

Recent Posts

Fed também corta em 25 pb a taxa sobre compulsórios, a 4,15%, e a taxa de desconto, a 4,25%

Por André Marinho, Francine De Lorenzo, Laís Adriana, Patrícia Lara, Pedro Lima e Thais Porsch…

6 minutos ago

Decisão de cortar juros do Fed não foi unânime; indicado por Trump vota por redução maior

Por André Marinho, Francine De Lorenzo, Laís Adriana, Patrícia Lara, Pedro Lima e Thais Porsch…

16 minutos ago

Palmeiras faz 1º tempo primoroso, some no 2º, mas ganha do River Plate na Libertadores

O Palmeiras conquistou nesta quarta-feira uma importante vitória pela Libertadores. Jogando em Buenos Aires, a…

18 minutos ago

Nove de 19 dirigentes do Fed projetam juros nos EUA entre 3,50% e 3,75% no final de 2025

Nove dos 19 integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês)…

30 minutos ago

Cuello, do Atlético-MG, passará por cirurgia após sofrer grave lesão em jogo contra o Bolívar

O atacante Tomás Cuello, do Atlético-MG, deve passar por cirurgia após sofrer uma grave lesão…

32 minutos ago

Palmeiras supera pressão e derrota River no Monumental de Núñez

O Palmeiras abriu uma grande vantagem diante do River Plate (Argentina) na disputa por uma…

44 minutos ago

This website uses cookies.