Categories: Últimas Notícias

Gilmar defende Moraes no inquérito do golpe e diz que caso não pode se comparar ao de Moro


O ministro-decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, rejeitou neste sábado, 12, comparações entre seu colega de Corte Alexandre de Moraes e o senador e ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. Ele refutou a alegação, frequentemente levantada por bolsonaristas, de que Moraes estaria violando o devido processo legal ao julgar um caso no qual também seria vítima.

“Não há justificativa para ele (Moraes) ser afastado, uma vez que ele já era relator desses inquéritos e depois dos inquéritos que se agregaram. Ele não é suspeito, não está impedido, não está julgando no seu interesse. Não se pode nem de longe compara Alexandre (de Moraes) com (Sérgio) Moro. Moro, de fato, se associa ao Bolsonaro. Ele antes das eleições já tem conversas com Bolsonaro, aceita ser ministro da Justiça de Bolsonaro”, afirmou Gilmar, que participou da edição da 11º edição da Brazil Conference, realizada em Harvard. Em 2021, o STF declarou a suspeição do ex-juiz federal ao condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No painel em Harvard, o ministro do STF fez duras críticas a Moro e à Lava Jato, afirmando que se orgulha de ter “contribuído para o desmanche da operação”. Para ele, o que havia em Curitiba era uma “organização criminosa”. Inicialmente favorável à força-tarefa de Curitiba, o decano do STF reconsiderou sua posição ao longo dos últimos anos, tornando-se um crítico da operação na Corte.

O ministro ainda provocou risos na plateia ao contar que disse ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em determinada ocasião que o maior acerto de seu governo pode ter sido tirar Moro de Curitiba e “devolvê-lo ao nada”.

“Eu vou um dia ao Palácio do Planalto e encontro Bolsonaro. Bolsonaro diz: ‘Ministro, a gente errou muito. Fizemos muita besteira. Você vê, eu nomeei o Moro”. Eu falei: “Presidente, talvez seja o seu maior acerto. Primeiro, ter nomeado o Moro, depois ter devolvido ele ao nada.”

Gilmar ainda refutou as críticas de que o STF estaria extrapolando suas funções e praticando “ativismo judicial”. Ao comentar uma colocação recorrente de que os 11 ministros do Supremo são mais comentados do que os 11 jogadores da seleção, brincou: “Todos sabem que a seleção brasileira não está indo muito bem”. Em seguida, disse que não concorda com a análise de ativismo. Segundo ele, o problema está na incompreensão das competências da Corte.

Ao refletir sobre as lições que a Corte teve nos últimos 10 anos, o ministro afirmou que, ao longo desse período, os ministros tem buscado deixar para trás a ideia de uma pauta individualista e passaram a trabalhar de forma mais coletiva e integrada. “Protagonizar o tribunal. Esse é um grande aprendizado”, concluiu.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

Recent Posts

Dirigente japonês é condenado à prisão na França por uso de pornografia infantil em voo

Ex-técnico da equipe sub-20 do Japão e atualmente diretor técnico da seleção nacional pela Associação…

8 segundos ago

Taxas futuras de juros sobem com dólar, Treasuries e foco na MP 1.303

As taxas de juros negociadas no mercado futuro operam em alta em toda a curva…

9 minutos ago

Integrante do Oasis é diagnosticado com câncer e anuncia que vai se afastar da turnê

O guitarrista do Oasis, Paul Arthurs, conhecido como Bonehead, anunciou que ficará afastado dos próximos…

13 minutos ago

determinação de Lula e Trump é virar página equivocada na relação entre Brasil e EUA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (7) que pode haver espaço para…

19 minutos ago

Vídeo mostra momento em que helicóptero médico cai em rodovia nos EUA

Três pessoas ficaram gravemente feridas após um helicóptero médico cair em uma rodovia em Sacramento,…

20 minutos ago

Haddad diz que discutirá com Lula sobre 2026 e como pode colaborar melhor sem ser candidato

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, repetiu nesta terça-feira (7) que não será candidato em…

22 minutos ago

This website uses cookies.