Presa na Itália desde julho, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) recebeu nesta sexta-feira, 19, a visita dos colegas congressistas, os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES). Em vídeos publicados nas redes sociais, os senadores afirmam que a deputada demonstrou “muita tristeza”, saudades da família e com “velha sensação de quem está preso” de que foi “abandonada”.
Nas gravações, o grupo aparece entrando no Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma, acompanhado do advogado de Zambelli, Fábio Pagnozzi. O marido da deputada, coronel Aginaldo de Oliveira, também aparece no vídeo. Ele afirmou que não entrou no local, mas fará visita no sábado, 20.
“Ouvimos as coisas, coisa de presídio é presídio, e quando você está num presídio, não é bom, né? Choramos junto, falamos junto da palavra de Deus e falamos de esperança”, disse o senador Malta.
Girão chamou a prisão de “caçada implacável com o dinheiro do povo” por estarem “contratando advogado no exterior para caçar brasileiro”.
Zambelli aguarda o processo de extradição para o Brasil, que pode durar de um ano e meio a dois anos. No fim do mês passado, a Justiça italiana decidiu mantê-la presa durante o trâmite. A defesa da deputada alegava questões de saúde e pedia que ela pudesse aguardar a decisão em liberdade.
Damares afirmou ter sido “emocionante” ver Zambelli. “Ela, nas condições em que está, uma mulher doente, enferma, longe do filho, longe do pai, longe da mãe. Mas a esperança hoje, no coração da Carla, reacendeu. Brasil, continue orando por ela”, disse em vídeo gravado por Malta. Flávio não disse nada, apenas acenou.
Durante os dias na Itália, os senadores também planejam encontros com parlamentares italianos. A intenção, afirmam, é promover “interlocução com autoridades italianas competentes, reforçando a importância de que a deputada possa responder ao processo em liberdade”.
Os parlamentares voltaram a afirmar que as despesas da viagem, como passagens e hospedagem, serão integralmente custeadas por eles, sem custos para o Senado Federal. O grupo retorna ao Brasil no domingo, 21.
Zambelli fugiu para a Europa após ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o auxílio do hacker Walter Delgatti Neto.
Já presa, ela foi condenada pela segunda vez, por porte ilegal de arma de fogo no fatídico episódio de perseguição contra um homem na véspera das eleições de 2022. Na Câmara, o processo de cassação de seu mandato parlamentar segue em fase de instrução processual.
Por: Estadão Conteúdo