Fiscal e mulher com empresa de capital de R$ 1 mil movimentaram R$ 6,4 mi, diz PF


O auditor fiscal de Rendas da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo Ricardo Catunda do Nascimento Guedes e sua mulher movimentaram juntos R$ 6,4 milhões entre janeiro de 2019 e junho de 2024. Eles tiveram o sigilo bancário quebrado na Operação Barão de Itararé.

Procurado pelo Estadão, o advogado Luciano Santoro, que representa o fiscal, informou que o auditor “nega veementemente a violação de sigilo funcional e/ou a prática de qualquer ato de corrupção”.

Como auditor, a remuneração mensal de Catunda é de cerca de R$ 34 mil. Ele recebeu R$ 1,5 milhão em salários no período.

A mulher dele, Lúcia Helena Ribeiro Aranha Catunda Guedes, tem uma empresa com capital social de R$ 1 mil. A Polícia Federal acredita que o CNPJ foi usado para receber propinas de empresários por meio da emissão de notas falsas de prestação de serviços. Segundo os investigadores, as notas fiscais foram emitidas para dar aparência de legalidade aos pagamentos.

Ao analisar as contas de Catunda, a PF descobriu que R$ 491.271,26 foram depositados pelo sogro ou pelo próprio auditor.

O valor restante, R$ 186.971,26, não tem origem identificada. O dinheiro entrou em 67 depósitos fracionados em quantias de R$ 1 mil a R$ 2 mil.

O padrão de depósitos fracionados se repete nas contas da mulher dele.

O celular de Catunda foi apreendido na investigação. A PF encontrou mensagens em que ele passa dados das contas da mulher para receber pagamentos de empresários.

“Além disso, é importante destacar que a IPJ 022/2025 apresentou indícios de que o investigado recebe valores em espécie em encontros pessoalmente, sendo possível que tais quantias não sejam depositadas em sua conta bancária posteriormente”, destaca a PF em relatório.

O auditor é suspeito de cobrar propinas para interferir no andamento de fiscalizações, levantar informações de processos conduzidos por colegas, vazar dados sigilosos de inspeções e alertar empresários sobre irregularidades e sobre operações programadas da Secretaria da Fazenda.

Catunda está afastado das funções por ordem judicial. A Corregedoria da Secretaria da Fazenda também abriu um procedimento administrativo disciplinar para investigá-lo.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO LUCIANO SANTORO, QUE REPRESENTA O AUDITOR

O cliente nega veementemente a violação de sigilo funcional e/ou a prática de qualquer ato de corrupção. Infelizmente, se constata que a análise da polícia é praticamente toda baseada em subjetivismo. Inclusive chega a misturar mensagens de anos diferentes como se fizessem parte de um mesmo episódio, o que gera uma narrativa distorcida dos fatos.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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