Faturamento maior das big techs se dá pelo discurso de ódio, diz Moraes


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira, 25, que as redes sociais foram capturadas por grandes grupos econômicos, as big techs, que mais faturam com publicidade no mundo. Moraes participou, por teleconferência, do evento Global Fact, dedicado a verificação de fatos e combate à desinformação, sediado pela FGV Comunicação, no Rio de Janeiro, com o apoio das iniciativas jornalísticas Estadão Verifica, Aos Fatos, Lupa e UOL Confere.

“Nós temos que partir desse pressuposto: as redes sociais não são neutras. As redes sociais têm lado. As redes sociais têm ideologia, defendem determinadas religiões, atacam outras religiões ou permitem o ataque a outras religiões. As redes sociais têm viés político, têm lado político. E mais do que tudo, as redes sociais têm um interesse econômico. O modelo de negócio das big techs é um modelo de negócio perverso, porque é um modelo de negócio onde o faturamento maior se dá exatamente pelo discurso de ódio, pelo conflito, pelo ataque, e não pela narrativa de notícias, pela exposição de fatos”, frisou.

O ministro mencionou ainda os impactos negativos sobre as vidas de crianças e adolescentes, vítimas da falta de regulação das redes, e citou dados que indicam que notícias fraudulentas e discurso de ódio circulam sete vezes mais rápido do que notícias verdadeiras.

“Nós, enquanto sociedade, nós delegamos às big techs o poder sobre a vida e a morte, para que elas possam de forma absoluta ter controle político, econômico, ideológico, para que elas ignorem o mínimo das regras de uma vida em sociedade?”, questionou. “Não é possível que nós permitamos que esse mundo virtual se transforme em uma terra sem lei, em que o racismo, a misoginia, o nazismo possam ser tratados como liberdade de expressão.”

O ministro afirmou não existir na história da humanidade uma atividade econômica desse porte, que tenha gerado impacto em bilhões de pessoas, que não tenha sido regulamentada, como ocorre com todas as demais atividades econômicas.

“Se você não pode atacar os pilares da democracia no mundo real, porque isso é crime, você não pode covardemente se esconder atrás de perfis falsos e atacar a democracia no mundo virtual. O que vale para o mundo real, toda a responsabilização pela prática de atos ilícitos no mundo real deve valer para o mundo virtual”, defendeu.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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