Os juros futuros tiveram uma sessão de volatilidade nesta quarta-feira. Após terem mostrado oscilações contidas até o início da tarde, os vencimentos mais curtos passaram a tocar mínimas intradia por volta das 14h20, movimento que se espalhou para os vértices intermediários pouco antes de o Federal Reserve reduzir a taxa básica norte-americana em 0,25 ponto porcentual, conforme previsto. Logo depois da decisão, porém, o mercado de juros moderou o ritmo de queda.
O bom humor dos investidores em um primeiro momento veio na esteira da expectativa em torno do relaxamento da política monetária nos EUA. A queda nos Fed Funds amplia o diferencial de juros em relação ao Brasil – que deve ser mantido em 15% ao ano na decisão desta quarta do Copom -, dá alívio ao câmbio e, consequentemente, contribui para diminuir pressões inflacionárias.
Pode ter havido, também, um componente político doméstico por trás da redução dos DIs, em meio a novas notícias sobre a saúde debilitada do ex-presidente Jair Bolsonaro, situação que favoreceria eventual candidatura do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) à presidência em 2026.
Em seguida à definição de juros nos EUA, porém, os agentes analisaram a composição dos votos dos 12 dirigentes votantes do Fed, que contou com apenas uma opção a favor de um corte de 0,5 ponto porcentual, do recém-nomeado Stephen Miran. “Apesar do início do ciclo de cortes, a dissidência foi bem menor do que a esperada por boa parte do mercado. Ou seja, O Fed foi menos ‘dovish’ do que o esperado”, disse Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.
Além disso, Borsoi destaca que os riscos associados aos dados de emprego da maior economia do mundo sugerem que o BC deve buscar uma postura mais neutra da política monetária. Em discurso após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, observou que a demanda por emprego perdeu ímpeto, mas que há um “curioso” equilíbrio no mercado de trabalho, com recuo acentuado tanto na oferta quanto na demanda por mão de obra. O comandante do Fed disse, ainda, não ver necessidade de uma redução mais acelerada dos juros agora.
No fechamento, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 passava de 13,952% no ajuste da terça para 13,940%. O DI para janeiro de 2029 encerrou a 13,050%, ante 13,067% no ajuste precedente. A taxa chegou a operar abaixo de 13% (mínima de 12,99%) durante a segunda parte da sessão, mas o patamar foi logo deixado para trás. O DI para janeiro de 2031 caiu de 13,267% no ajuste para 13,230%.
“O Fed entregou um corte de juros, mas, em um segundo momento, o mercado vê um cenário mais desafiador do que se imaginava”, diz Luciano Rostagno, estrategista-chefe da EPS Investimentos, referindo-se às projeções trimestrais também divulgadas nesta quarta-feira pela autoridade monetária dos EUA.
A expectativa unânime para a decisão desta quarta é de manutenção da Selic em 15%. Para dezembro, a curva precifica 6 pontos-base de corte, ou seja, 24% de chance de redução de 0,25 ponto porcentual na última reunião do ano, ante praticamente 100% de chances de flexibilização desta magnitude para janeiro de 2026, disse Rostagno. “Em janeiro tem 25 pontos-base de cortes precificados. O mercado está precificando o BC começando a cortar, mas em ritmo reduzido.”
Por: Estadão Conteúdo
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