O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) está sob mecanismos de pressão partindo do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mesmo que o banco central dos EUA não seja extremamente “hawkish” (mais duro) e inclusive tenha tendência “dovish” (mais leve). A avaliação é do sócio do BTG Pactual e ex-diretor do Banco Central (BC), Eduardo Loyo.
“Acho que estamos tendo mecanismos de pressão sobre o Fed que transcendem os mecanismos mais tradicionais de pressão, de reclamação do Executivo, a respeito da política de juros”, disse Loyo, no painel Cenário Macroeconômico, durante evento Macro Day 2025 do BTG Pactual, realizado na semana passada em São Paulo.
Contudo, Loyo ponderou que, às vezes, o noticiário e até alguns analistas dão a impressão de que as interferências políticas são mais eficazes do que de fato são, geralmente.
Loyo também enfatizou que “não é como se o Fed atual fosse extremamente ‘hawkish’ e precisasse sofrer pressões enormes para adotar uma atitude mais ‘dovish'”, mencionando que, em 2024, o banco central norte-americano tomou uma atitude “extremamente ‘dovish'” quando começou o ciclo de corte de juros, de maneira considerada agressiva e em um cenário em que as condições macroeconômicas não estavam dadas para que se completasse a convergência da inflação para o que era a meta declarada do Fed.
“Acho que é um Fed que tem tendência ‘dovish’ por si só”, completou o ex-diretor do BC.
Por: Estadão Conteúdo