O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que espera “formalizar em breve” o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul para exportar alimentos sem barreiras tarifárias, em entrevista à emissora EBC nos arredores da cúpula do Brics. Fávaro defendeu que o multilateralismo é o “melhor caminho” para o comércio global, citando como exemplo negativo os efeitos das tarifas dos Estados Unidos sobre a própria economia doméstica que “levam inflação ao povo americano”.
Neste quesito, o ministro elogiou a atuação do governo brasileiro ao aumentar sua presença em discussões do comércio global. Questionado sobre a gripe aviária, Fávaro disse que o mundo está “mais exigente” sobre parâmetros sanitários e não quer produtos “sem boa procedência”, mas minimizou seus efeitos sobre a economia brasileira. “Não é comemorar crise, mas queremos mostrar a robustez do Brasil” ao lidar com essas questões, disse, destacando a conquista dos selo de país livre da febre aftosa e recuperação do selo contra gripe aviária pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Segundo ele, apenas nove países mantêm restrições à compra de carne de frango do Brasil, incluindo a China. “E queremos baixar esse número comprovando a segurança da carne brasileira”, afirmou. Mais cedo, Fávaro já havia adiantado a repórteres que está negociando com o lado chinês para que reabram o mercado.
Em relação à carne bovina, o ministro da Agricultura disse que o governo trabalha na rastreabilidade de todo o rebanho em território nacional para mostrar aos compradores de toda a cadeia produtiva, desde carne ao couro e embutidos.
Sobre questões ambientais, Fávaro disse que o País caminha na direção certa e apontou como vantagem o atual Código Florestal e os investimentos em biocombustível, além de políticas que preservam o meio ambiente.
Por: Estadão Conteúdo