Por Redação, O Estado de S. Paulo – 26/08/2025 18:28
A cúpula mais alta do governo Javier Milei, na Argentina, foi envolvida em um escândalo de corrupção que implica a irmã do presidente e secretária-geral da Presidência, Karina Milei. Um áudio vazado na semana passada, atribuído a um ex-membro do governo, Diego Spagnuolo, acusou Karina de cobrar propina de indústrias farmacêuticas e motivou uma investigação da Justiça argentina.
No áudio, Spagnuolo, que chefiava a Agência Nacional para a Deficiência (Andis), acusa a irmã de Milei e Eduardo “Lule” Menem, o subsecretário de gestão institucional, de cobrar até 8% do faturamento de empresas farmacêuticas para obter contratos com o governo. O esquema renderia cerca de US$ 800 mil (R$ 4,3 milhões) mensais.
Spagnuolo alega que Karina Milei ficaria com a maior parte do lucro, entre 3% e 4%. Ele teria tomado conhecimento do esquema depois de encontrar com Eduardo Menem, que é braço direito da secretária-geral da Presidência e primo de Martín Menem, presidente da Câmara dos Deputados, e ouvir dele que precisaria contratar determinados funcionários.
Em um outro momento, Spagnuolo teria sido orientado a fazer negócio com determinada empresa. “Estão roubando. Você pode fingir que não sabe, mas não joguem o problema para mim, tenho todos os WhatsApp de Karina”, diz o ex-chefe da Andis num dos áudios vazados para a imprensa. Ele também teria se encontrado com Milei para relatar o caso – o que é negado pelo governo.
O presidente argentino demonstrou apoio à irmã nesta segunda-feira e posou sorridente ao seu lado na primeira aparição pública após as denúncias, mas não falou diretamente sobre as acusações.
O escândalo pode impactar a governabilidade do presidente, porque fragiliza o governo a duas semanas das eleições para a província de Buenos Aires – onde residem um terço do eleitorado argentino – e a dois meses das eleições legislativas na Argentina. Nas últimas semanas, o governo Milei também lida com expectativas frustradas na economia, apesar da redução de inflação, e com uma resistência cada vez maior no Congresso.
O primeiro áudio contra Karina vazou no dia 20 e teve repercussão imediata na Justiça e no governo da Argentina. Spagnuolo foi demitido do cargo de chefia no dia seguinte, e a sede da Andis e a empresa Suizo Argentina, que atuaria como intermediária na venda de medicamentos ao Estado, foram alvos de buscas e apreensão.
A queixa na Justiça foi apresentada por Gregorio Dalbón, advogado da ex-presidente Cristina Kirchner, e ocorre no momento em que o Congresso acaba de anular o veto de Milei a uma lei que declarava emergência para pessoas com deficiência e fornecia mais financiamento para o setor. Ele fala em uma “matriz de corrupção”.
Segundo o jornal argentino Clarín, o celular de Spagnuolo foi apreendido e teve os dados extraídos para o andamento da investigação. Uma perícia vai determinar se os áudios atribuídos a ele são verdadeiros ou não. A Justiça também apreendeu celulares dos sócios da Suizo Argentina – os irmãos Emmanuel e Jonathan Kovalivker -, mas ambos entregaram os aparelhos desligados e sem fornecer a senha.
O juiz federal Sebastián Casanello, que cuida do caso, proibiu a saída dos investigados do país como medida cautelar.
Após o escândalo vir à tona, o chefe de gabinete de Milei, Guillermo Francos, afirmou que o presidente está tranquilo e sugeriu que se trata de uma perseguição política em meio à campanha eleitoral. Martín Menem, presidente da Câmara dos Deputados e primo de Lule, também chamou os áudios de perseguição política e defendeu os acusados. “Ponho as mãos no fogo por Lule Menem e Karina Milei”, disse.
O Parlamento estuda abrir uma CPI para investigar as denúncias contra a irmã de Milei, o que aumentaria o desgaste político.
Por: Estadão Conteúdo
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