Após trocas de sinal pela manhã, o dólar se firmou em leve baixa ao longo da tarde desta quinta-feira, 28, em meio ao aprofundamento das perdas da moeda americana no exterior e ao avanço do petróleo. Dados de atividade e inflação nos Estados Unidos divulgados hoje não alteraram a expectativa majoritária de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) iniciará um ciclo de cortes de juros em setembro.
Em dinâmica similar à observada na quarta-feira, a agenda doméstica carregada ficou em segundo plano. Operadores viram pouca influência tanto de pesquisa mostrando favoritismo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na corrida eleitoral, quanto da operação da Polícia Federal Carbono Oculto para combate à atuação crime organizado no setor de distribuição de combustíveis que abrangeu instituições financeiras.
Com mínima de R$ 5,3974 e máxima de R$ 5,4319, o dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira, 28, em baixa de 0,20%, a R$ 5,4064. Fatores técnicos, como início da rolagem de posição no segmento futuro e a disputa na sexta-feira pela formação da última taxa ptax de agosto, podem ter reduzido o fôlego do real.
Após dois pregões consecutivos de baixa, a moeda americana acumula queda de 0,36% na semana e de 3,47% em agosto. No ano, o dólar recua 12,52% em relação ao real, que tem o melhor desempenho no período entre divisas latino-americanas.
“O comportamento dos juros futuros e da Bolsa sugere que a pesquisa eleitoral está fazendo preço. Mas o dólar parece seguir o exterior. O real ganhou força com as perdas mais fortes da moeda americana lá fora e a virada do petróleo para cima”, afirma o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi.
Pesquisa Atlas/Intel mostrou Tarcísio com 48,4% das intenções de voto em eventual segundo turno, à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aparece com 46,6%. Tarcísio é visto como mais inclinado a uma política fiscal austera, o que se traduziria em redução dos prêmios de risco embutidos nos ativos locais.
Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o Dollar Index (DXY) aprofundou as perdas à tarde e rompeu o piso dos 98.000 pontos, com mínima a 97.736 pontos. O índice ainda mostra ligeira alta na semana, mas recua mais de 2% em agosto. No ano, cai mais de 9,80%.
O superintendente da Mesa de Derivativos do BS2, Ricardo Chiumento, destaca a influência do desempenho do euro sobre o comportamento do real. “O euro passou a subir com mais força à tarde, o que se refletiu no mercado de moedas. Foi quando o dólar operou abaixo de R$ 5,40”, diz Chiumento, ressaltando que a questão eleitoral doméstica teve mais influência nos negócios na Bolsa e no mercado de juros futuros.
Nos Estados Unidos, a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre mostrou crescimento de 3,3%, acima do previsto (3,2%) e do resultado da primeira leitura (3%). Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu ao ritmo anualizado de 2% no segundo trimestre, abaixo da primeira leitura, de 2,1%. Houve desaceleração em relação ao trimestre anterior (3,7%).
Ferramenta de monitoramento do CME Group mostra que as chances de o Fed reduzir os juros em 25 pontos-base em setembro se mantiveram acima de 80%. As apostas predominantes são de um corte acumulado de 50 pontos neste ano. Na sexta, 29, sai o PCE de julho, que pode mexer com as expectativas dos investidores para o alívio monetário nos EUA.
A economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, observa que o real apresentou movimentação bem contida nos últimos dias, oscilando pouco acima dos R$ 5,40, considerado um nível técnico relevante. Ela acrescenta que investidores podem ter adotado postura mais cautelosa na véspera da disputa pela formação da última taxa ptax de agosto.
“Não tivemos grandes novidades hoje, apesar de dados um pouco mais fracos da inflação americana. O real ainda se beneficia do diferencial de juros grande, com essa perspectiva de manutenção da taxa Selic em 15% até o fim do ano e de corte de juros nos EUA em setembro”, afirma Quartaroli.
Por: Estadão Conteúdo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o economista francês Gabriel Zucman vão conceder nesta…
O líder norte-coreano, Kim Jong Un, fará sua primeira visita à China em seis anos…
A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia de Polícia de Nova Crixás –…
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, anunciou que…
Por Redação, O Estado de S. Paulo - 28/08/2025 20:08 O presidente da Argentina, Javier…
A mamografia é um exame de imagem essencial para a saúde feminina, utilizado principalmente na…
This website uses cookies.