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Dólar sobe 0,36% e vai a R$ 5,75, em sessão negativa para divisas latino-americanas


O dólar encerrou a sessão desta quinta-feira, 27, em alta moderada no mercado doméstico, na casa de R$ 5,75, em dia marcado por perdas de divisas latino-americanas na esteira do aumento de temores relacionados à escalada tarifária do governo norte-americano de Donald Trump.

O real, que costuma sofrer mais em episódios de aversão ao risco, apresentou perdas inferiores a de seus pares. Pesos colombiano e chileno amargaram desvalorização mais aguda entre as divisas da região, embora o peso mexicano tenha acentuado o ritmo queda à tarde, depois de o Banxico cortar a taxa básica em 0,50 ponto porcentual, para 9% ao ano.

Segundo operadores, os impactos da piora do ambiente global sobre o real teriam sido amenizados pela perspectiva de continuidade do aperto monetário e de permanência da taxa Selic em níveis elevados por período prolongado, após a mensagem dura do Relatório de Política Monetária (RPM) e falas do presidente do BC, Gabriel Galípolo, reforçando a busca pela meta de inflação.

Com máxima a R$ 5,7707, pela manhã, o dólar à vista fechou em alta de 0,36%, cotado a R$ 5,7533.

Foi o segundo pregão seguido de avanço da moeda norte-americana, que acumula ganhos de 0,62% em relação ao real na semana. Em março, o dólar ainda apresenta desvalorização de 2,76%.

Na quarta à noite, Trump anunciou que vai impor tarifas de 25% sobre automóveis fabricados no exterior e exportados para os EUA a partir de 3 de abril, o que aguçou as expectativas para o anúncio da tarifas recíprocas no próximo dia 2. À tarde, o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que o país vai retaliar os EUA.

“A pressão no câmbio hoje está mais relacionada ao ambiente externo de cautela com a questão tarifária nos EUA. Isso gera muita incerteza e acaba trazendo mais volatilidade para os ativos de risco”, afirma a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli.

Por aqui, além do RPM e do aceno de Galípolo, avalia-se que leitura abaixo do esperado do IPCA-15 de março, com alguma melhora qualitativa, não desautoriza a expectativa de pelo menos mais uma alta da taxa Selic, como sinalizado pelo Copom na reunião deste mês.

Em entrevista após a apresentação do RPM, Galípolo afirmou que a aceleração do ciclo de aperto monetário a partir de dezembro mudou a relação de “carry trade”, o que contribui para a apreciação do real ao longo deste primeiro trimestre.

“O aumento das tarifas de importação anunciadas ontem pelo presidente Trump contribui para a valorização do dólar com relação às moedas emergentes, mas não altera a visão construtiva que temos do real”, afirma o diretor de Pesquisa Econômica do Banco Pine, Cristiano Oliveira, que projeta Selic em 14,75% no fim do ciclo, com alta de 75 pontos em maio, mas admite a possibilidade de elevação também em junho.

Embora o ambiente externo seja predominante para o comportamento do real, analistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) nos últimos dias afirmam as medidas anunciadas recentemente pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, que tenta recuperar a popularidade, causam desconforto entre investidores ao aumentar a percepção de risco.

A bola da vez é a surpresa com a forte demanda pelo chamado crédito consignado privado, vista como medida populista para sustentar o consumo em momento no qual o Banco Central aperta a política monetária para tentar conter a inflação. Há dúvidas também sobre a aprovação de medidas de compensação à isenção do Imposto de Renda para que ganha até R$ 5 mil por mês.



Por: Source link

Estadão

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