Em pregão morno e de liquidez bem reduzida, o dólar pouco se mexeu e terminou a sessão da sexta-feira, 19, praticamente estável, na casa de R$ 5,32. Sem indicadores relevantes aqui e lá fora para guiar os negócios, investidores se limitaram a promover ajustes finos de posições.
Após a onda recente de apreciação do real, com o rompimento definitivo do piso de R$ 5,40 nesta semana, operadores afirmam que não houve gatilhos que justificassem levar o dólar abaixo de R$ 5,30, embora a expectativa continue sendo de enfraquecimento adicional da moeda americana.
Declarações de dirigentes do Federal Reserve e relatos da conversa por telefone entre o presidente Donald Trump e o líder chinês, Xi Jinping, foram monitorados, mas não tiveram impacto relevante na formação da taxa de câmbio.
Com oscilação de pouco mais de dois centavos entre a mínima (R$ 5,3171) e a máxima (R$ 5,3390), o dólar fechou cotado a R$ 5,3209 (-0,03%). Na semana, a divisa recuou 0,62%, o que levou a desvalorização em setembro para 1,86%. No ano, as perdas são de 13,90%.
No exterior, o dólar avançou em relação a moedas fortes e à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, embora tenha recuado frente a dois pares relevantes do real, o peso chileno e o rand sul-africano.
O head de banking da EQI Investimentos, Alexandre Viotto, destaca que, com a agenda esvaziada e sem sinalizações relevantes do encontro entre Trump e Xi Jinping, o mercado trabalhou em ritmo lento. Viotto vê continuidade da tendência de apreciação do real no curto prazo, com o aumento do diferencial de juros nos próximos meses e as apostas em torno do quadro eleitoral.
“O dólar deve vir abaixo dos R$ 5,30 no curto prazo porque o carrego está muito alto. O BC não deu nenhuma sinalização de redução de juros antes de janeiro”, afirma Viotto, em referência ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) na última quarta-feira, 17, quando a taxa Selic foi mantida em 15% ao ano.
A expectativa é de que o Federal Reserve, que reduziu nesta semana a taxa básica em 25 pontos-base, promova mais dois cortes dos juros até o fim do ano. Para Viotto, o presidente do BC americano, Jerome Powell, já mostra desconforto com as tentativas de interferência da administração Trump, o que sugere não haver clima político para uma postura mais cautelosa do Fed, apesar da inflação ainda acima da meta.
À tarde, o diretor do Fed Stephen Miran disse que espera convencer seus colegas a cortar juros e que uma redução de 50 pontos-base não preocuparia o mercado. Indicado por Trump, Miran foi o único integrante do comitê de política monetária do Fed (Fomc) a votar por corte de 50 pontos-base nesta semana.
“Além do diferencial de juros, a gente continua apostando também em queda do dólar frente ao real por conta do cenário político, com um candidato mais ao centro representando à direita em vez da família Bolsonaro, o que é bem visto pelo mercado. Parece que houve uma estagnação na recuperação da popularidade do presidente Lula”, afirma Viotto.
A perspectiva de continuidade do movimento de perda de força global da moeda americana e o aumento do diferencial de juros nos próximos meses levaram a consultoria 4intelligence a reduzir a projeção para taxa de câmbio no fim deste ano de R$ 5,70 para R$ 5,45. Para o ano que vem, a estimativa caiu de R$ 5,70 para R$ 5,60.
Ao justificar a expectativa de depreciação do real ao longo do próximo ano, a consultoria observa que o dólar deve perder força de forma bem mais contida no período. Além disso, a avaliação é que “o fator de suporte proporcionado pelo diferencial de juro perderá intensidade a partir do primeiro trimestre de 2026”, quando o Banco Central deve iniciar um ciclo de cortes da taxa Selic.
A 4intelligence ressalta, contudo, que o principal fator para a formação da taxa de câmbio no ano que vem “será de natureza doméstica e estará intrinsecamente ligado ao risco político e fiscal decorrente do processo eleitoral”.
A previsão de dólar em R$ 5,60 em dezembro de 2026 reflete um diferencial de juros “menos favorável” e, sobretudo, “o significativo risco de aversão ao ativo brasileiro gerado por um cenário eleitoral turbulento”, com falta de clareza “quanto ao futuro arcabouço macrofiscal”, afirma a 4Intelligence.
Por: Estadão Conteúdo
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