Após dois pregões de alta firme, em que acumulou valorização de 1,62%, o dólar encerrou a sessão desta sexta-feira, 26, em queda moderada. O real se recuperou em meio a uma onda de desvalorização da moeda norte-americana, após ausência de surpresas negativas na inflação nos EUA e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sugerindo espaço para mais cortes de juros.
Com mínima de R$ 5,3360 e máxima de R$ 5,3663, o dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 0,49%, a R$ 5,3360.
A divisa termina a semana com ganho de 0,32%, mas caminha para fechar o mês em queda. Até o momento, as perdas são de 1,55% em setembro e de 13,63% no ano.
Apesar de questões políticas domésticas, como as especulações em torno da disposição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de entrar na corrida presidencial de 2026, analistas afirmam que a formação da taxa de câmbio esteve nesta semana muito atrelada ao comportamento global do dólar.
Uma exceção foi no pregão da terça-feira, 27, quando o dólar furou o piso de R$ 5,30 e fechou a R$ 5,2791, na esteira do otimismo com redução do tarifaço norte-americano ao Brasil após sinais amistosos do presidente dos EUA, Donald Trump, ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia Geral da ONU. Trump disse que teve “excelente química” com o brasileiro, acrescentando que ambos devem se encontrar em breve.
Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY mostrou recuo modesto nesta sexta, mas encerra a semana acima da linha dos 98,000 pontos, com alta de cerca de 0,50%. O Dollar Index sobe ao redor de 0,30% em setembro. No ano, as perdas estão na casa de 9%.
O estrategista-chefe da Monte Bravo, Alexandre Mathias, afirma que a dinâmica do dólar em relação ao real esteve muito atrelada nesta semana ao desempenho do DXY, que flutuou ao sabor das apostas sobre o tamanho do corte de juros que o Fed vai promover nos próximos meses.
Mathias destaca que houve uma recuperação global do dólar na esteira de fala mais cautelosa do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e de dados de seguro-desemprego. A leitura comportada da inflação divulgada nesta sexta, contudo, sugere que o impacto das tarifas será menor sobre os preços do que o esperado, abrindo espaço para o Fed seguir cortando os juros com a intenção de proteger o mercado de trabalho.
“A inflação que importa foi a que saiu hoje e está comportada. A dúvida é quando o Fed vai cortar. Nossa visão é que ele faz três cortes seguidos, dois neste ano e um em janeiro”, afirma Mathias. “Com um cenário de dólar global estável ou caindo um pouco, com o Fed cortando juros, e fluxo para emergentes, o real pode se apreciar um pouco mais em outubro.”
Principal indicador do dia, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA e seu núcleo vieram dentro das expectativas na passagem de julho para agosto e na comparação anual. Já o índice de sentimento do consumidor americano elaborado pela Universidade de Michigan caiu de 58,2 em agosto para 55,1 em setembro, abaixo da previsão de analistas (55,9).
Embora veja espaço para o real se apreciar no curto prazo, o estrategista-chefe da Monte Bravo prevê taxa de câmbio entre R$ 5,50 e R$ 5,80 no fim do ano. Ele destaca que o fluxo cambial é sazonalmente mais negativo em novembro e dezembro, com remessas de lucros e dividendos, e que a dinâmica ruim das transações correntes pode influenciar a formação da taxa de câmbio. “E temos ainda como fatores secundários o tema fiscal, que é permanentemente ruim, e a incerteza política”, afirma Mathias.
Pela manhã, o BC informou que houve déficit em transações correntes de US$ 4,669 bilhões em agosto, abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast (-US$ 5,350 bilhões). Em 12 meses, o rombo passou de 3,66% (dado revisado) do Produto Interno Bruto (PIB) em julho para 3,51% em agosto, o menor desde janeiro, quando estava em 3,36%.
Os Investimentos Diretos no País (IDP) foram de US$ 7,989 bilhões em agosto, acima do teto das estimativas de Projeções Broadcast (US$ 7,290 bilhões). Em 12 meses, o IDP equivale a 3,18% do PIB e não cobre o buraco nas transações correntes.
Por: Estadão Conteúdo
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