O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) cresceu 2,59% em agosto, na comparação com julho, e fechou o mês em R$ 8,144 trilhões. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 30, pelo Tesouro Nacional. Em julho, o estoque estava em R$ 7,939 trilhões.
A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 69,328 bilhões no oitavo mês de 2025. As emissões líquidas somaram R$ 136,639 bilhões.
A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) teve alta de 2,80% em agosto, e fechou o mês em R$ 7,844 trilhões. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) diminuiu 2,54%, encerrando o mês em R$ 300,23 bilhões.
Participação de estrangeiros
A participação dos investidores estrangeiros no estoque da DPMFi caiu de 9,86% em julho para 9,83% em agosto, informou o Tesouro Nacional.
O estoque de papéis nas mãos dos estrangeiros passou de R$ 752,36 bilhões em julho para R$ 771,45 bilhões em agosto.
As instituições financeiras continuam tendo a maior participação no estoque da DPMFi: de 31,80% em agosto, ante 31,26% em julho.
A parcela dos fundos de investimento passou de 21,73% para 21,28%, e a do grupo de previdência permaneceu em 23,49%. As seguradoras oscilaram de 3,70% para 3,75%.
Parcela atrelada à Selic
A parcela de títulos da DPF atrelada à Selic subiu de 49,25%, em julho, para 49,29%, em agosto. O Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2025 prevê um intervalo de 48% a 52% para a participação desses títulos. Os papéis prefixados subiram de 20,16% para 20,95%. No PAF, o intervalo previsto é de 19% a 23%.
Os títulos remunerados pela inflação caíram para 26,72% do estoque da DPF em agosto, ante 26,10% em julho. O plano anual estipula participação de 24% a 28% para eles. Os papéis cambiais oscilaram de 3,87% para 3,67% no oitavo mês do ano. No PAF de 2025, o intervalo vai de 3% a 7% do estoque.
No relatório desta terça, o Tesouro informou ainda que a parcela da DPF a vencer em 12 meses cresceu, passando de 16,72% em julho para 19,45% em agosto. No PAF de 2025, o intervalo previsto é de 16% a 20%.
O prazo médio da dívida caiu de 4,16 anos para 4,09 anos, na mesma comparação. O PAF aponta limites de 3,8 anos a 4,2 anos para 2025. Já o custo médio acumulado em 12 meses da DPF subiu de 11,63% ao ano para 11,65% a.a. no oitavo mês de 2025.
‘Colchão da dívida’
O colchão de liquidez da dívida pública teve aumento nominal de 14,78% em agosto, na comparação com julho, a R$ 1,134 trilhão, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira. Frente a agosto de 2024 (R$ 916,85 bilhões), a alta é de 23,73%.
A reserva serve para honrar compromissos com investidores que compram os títulos brasileiros, e é vista como termômetro para saber se o País tem recursos para pagar seus compromissos, ou se precisaria recorrer rapidamente ao mercado para reforçar o caixa.
O montante disponível em agosto era suficiente para cobrir 7,78 meses de pagamentos de títulos, ante 7,75 meses em julho. O Tesouro trabalha com um mínimo prudencial de três meses de vencimentos.
Por: Estadão Conteúdo