Dietas da moda: veja os riscos e os benefícios de cada uma delas



Com a chegada do verão, não é apenas a procura por academias que cresce — a busca por dietas capazes de acelerar a perda de peso também costuma aumentar. Isso acontece porque, nessa estação, praias e piscinas ficam mais movimentadas, e muitas pessoas passam a desejar um corpo mais tonificado para aproveitar os dias de sol com maior confiança.

O problema é que essa corrida pelo “corpo perfeito” pode custar a saúde. “Mais do que um cardápio da moda, é preciso entender a individualidade de cada paciente, pois o que funciona para um pode agravar o quadro do outro”, alerta a nutricionista Marina Gorga, fundadora do Studio Gorga Bem-Estar.

A endocrinologista Dra. Karine Antunes, também da clínica, lembra que o emagrecimento saudável não depende apenas de calorias, mas de ajuste hormonal, qualidade do sono e controle do estresse. “Dietas muito restritivas geram perda de massa magra e efeito rebote. O mais importante é encontrar um padrão alimentar sustentável, que o paciente consiga manter fora das estações”, explica.

A seguir, especialistas explicam o que está por trás das dietas da moda, os benefícios e os riscos de fazê-las sem acompanhamento. Confira!

1. Jejum intermitente

O jejum intermitente é uma das estratégias mais comentadas nas redes sociais para o emagrecimento. Ele alterna períodos de alimentação com janelas de jejum, que podem variar de 12 a 18 horas — em alguns protocolos, até 24 horas. A proposta é reduzir a ingestão calórica e melhorar a sensibilidade à insulina.

“Quando bem feito e com supervisão, o jejum pode ajudar na organização alimentar e na percepção de saciedade. O risco está em fazer sem acompanhamento, o que pode causar fraqueza, irritabilidade e crises de compulsão”, explica Marina Gorga.

Ela alerta que o método não é indicado para quem tem histórico de transtornos alimentares, e que o ideal é adaptar o protocolo à rotina e às necessidades individuais.

2. Dieta mediterrânea

Considerada um dos padrões alimentares mais equilibrados do mundo, a dieta mediterrânea prioriza frutas, legumes, azeite, grãos integrais, peixes e oleaginosas, com consumo moderado de carnes e laticínios.

“É uma das poucas estratégias com respaldo robusto pela ciência tanto para emagrecimento quanto para longevidade”, explica Ludmila Toledo, nutricionista funcional especializada em menopausa e geriatria. “Ela reduz inflamações crônicas, melhora o perfil lipídico e ajuda a manter o intestino saudável. Além disso, é fácil de manter no longo prazo porque não exclui grupos alimentares”, acrescenta.

3. Dietas low carb e cetogênica

Reduzir carboidratos é uma prática popular, mas nem sempre bem orientada. Na dieta low carb, há uma diminuição significativa do consumo de pães, massas e açúcares, priorizando proteínas e gorduras boas. Na cetogênica, o corte é mais radical: a dieta praticamente elimina os carboidratos e aumenta drasticamente a ingestão de gorduras.

“Essas dietas podem ter efeito rápido, mas não são sustentáveis para todos. Quando o corpo perde muita glicose, o cérebro e os músculos sentem falta de energia”, alerta Letícia Canelada, especialista em saúde intestinal e emagrecimento.

Como em qualquer dieta, o acompanhamento profissional é essencial para garantir a saúde. “A dieta cetogênica pode ser uma ferramenta terapêutica em alguns casos, mas não deve ser feita por conta própria. A falta de acompanhamento pode causar queda de cabelo, constipação e fadiga”, ressalta a Dra. Karine Antunes.

Dietas que valorizam alimentos de origem vegetal têm impacto na redução de inflamação, melhora da microbiota intestinal e prevenção de doenças crônicas (Imagem: nadianb | Shutterstock)

4. Plant-based e dieta DASH

As dietas que valorizam alimentos de origem vegetal, como a plant-based, priorizam leguminosas, cereais integrais, frutas e verduras frescas. “Essa abordagem tem grande impacto na redução de inflamações, na melhora da microbiota intestinal e na prevenção de doenças crônicas”, explica Camilla Koyama, nutricionista funcional com foco em saúde da mulher.

A dieta DASH (sigla para Dietary Approaches to Stop Hypertension) é uma das mais indicadas para quem busca saúde cardiovascular. “Ela propõe a redução do sódio adicionado no preparo dos alimentos, o consumo de frutas, vegetais e laticínios com baixo teor de gordura. É ideal para quem quer melhorar a alimentação sem grandes restrições”, completa a especialista.

5. Dietas detox e hiperproteicas

As chamadas “dietas detox” são comuns antes do verão e prometem “limpar o corpo” com líquidos e sopas. “O ‘problema’ é que o corpo já tem fígado e rins para isso. Cortar grupos alimentares ou viver só de sucos causa deficiência nutricional e perda de massa magra”, alerta Letícia Canelada.

As dietas hiperproteicas, por outro lado, ganham espaço entre quem quer ganhar massa muscular. “A proteína é essencial, mas o ideal é equilibrar os macronutrientes — proteína, gordura e carboidrato — conforme o objetivo e o histórico de cada pessoa”, orienta Camilla Koyama.

Mudanças no estilo de vida

As especialistas concordam que o sucesso de qualquer plano alimentar depende de consistência e autoconhecimento. “Mesmo sendo algo que parece simples, consumir menos do que se gasta, o emagrecimento é um processo individual e multifatorial, que envolve metabolismo, hormônios, rotina, sono e comportamento”, explica Marina Gorga.

Para a nutricionista, o “projeto verão” deve ser substituído por um projeto de saúde. “Cuidar do corpo é importante, mas ele precisa ser funcional o ano inteiro. O objetivo não é caber em um biquíni, e sim se sentir bem dentro da própria rotina. Com o corpo saudável e funcionando bem o ano inteiro, fazer pequenas mudanças no fim do ano já são o suficiente para os ajustes finos no resultado desejado, sem prejuízos à saúde e garantia de autoestima”, finaliza.

Por Paula de Paula





Fonte: Portal EdiCase

Redação EdiCase

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