Descubra as causas da inflamação silenciosa e como combatê-la

Gordura abdominal que resiste a dietas, fadiga sem motivo aparente, metabolismo lento, desconfortos recorrentes, inchaços persistentes e sinais de envelhecimento fora de hora. Esses sintomas, muitas vezes ignorados ou tratados isoladamente, podem indicar algo mais profundo: um processo inflamatório contínuo no organismo.

“É uma inflamação silenciosa, contínua e sutil, causada por hábitos do dia a dia que vão se acumulando com o tempo e que, mesmo sem sintomas evidentes, já está acelerando o envelhecimento celular, acumulando gordura visceral e preparando o terreno para doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade”, explica o médico Dr. Dárcio Pinheiro, com pós-graduação em ciências da obesidade e sarcopenia e hormonologia.

O que causa a inflamação silenciosa?

Não é um fator isolado. É o combo que mais vemos hoje:

  • Alimentação rica em industrializados, açúcar refinado e óleos oxidados;
  • Falta de fibras, antioxidantes e nutrientes reguladores;
  • Estresse constante, sono irregular e falta de movimento;
  • Intestino desregulado e microbiota comprometida;
  • Excesso de toxinas ambientais, poluição, cigarro, álcool;
  • Uso contínuo de medicamentos anti-inflamatórios e antibióticos.

Nesse tipo de inflamação, o corpo não reage com febre ou dor como em uma infecção aguda. Ele apenas entra em um estado inflamatório sutil e contínuo, onde as células ficam “irritadas”, os hormônios desregulados, e o sistema imunológico ativado o tempo todo mesmo sem uma ameaça real.

Quais as consequências da inflamação no corpo?

Um metabolismo travado, que gasta menos energia, estoca mais gordura (especialmente na barriga), perde massa muscular com facilidade e acelera o processo de envelhecimento interno, inclusive de órgãos vitais como coração, fígado e cérebro.

Além disso, essa inflamação “baixa, mas constante” contribui para:

  • Aumento da resistência à insulina;
  • Queda de testosterona e DHEA;
  • Acúmulo de radicais livres;
  • Piora de doenças autoimunes;
  • Sintomas de ansiedade, depressão e alterações cognitivas.

Como saber se você sofre de inflamação silenciosa?

Você não precisa esperar que uma doença apareça para perceber que algo está errado. Existem exames específicos que ajudam a identificar esse processo inflamatório silencioso e que já fazem parte da rotina dos médicos mais atualizados:

  • PCR ultrassensível;
  • Ferritina (que também é um marcador inflamatório, além de medir ferro);
  • Homocisteína;
  • Insulina em jejum;
  • HOMA-IR;
  • GGT e TGO/TGP (enzimas hepáticas);
  • Perfil lipídico detalhado;
  • Vitamina D e zinco (importantes para o controle inflamatório).

Com base nesses dados e nos sintomas clínicos, é possível montar uma estratégia de reversão da inflamação. E ela não começa com remédios, mas com comida, sono, sol e movimento.

Alimentos naturais e fontes de fibra são fundamentais para restaurar o equilíbrio metabólico (Imagem: Tatjana Baibakova | Shutterstock)

Dieta anti-inflamatória ajuda a desinflamar ?

A alimentação exerce influência direta sobre os níveis inflamatórios do organismo e pode ser uma aliada poderosa na recuperação do equilíbrio metabólico. “O que desinflama o corpo não são soluções milagrosas, mas constância nos estímulos certos. E a alimentação é o primeiro deles”, reforça o Dr. Dárcio Pinheiro. Ele ensina os pilares nutricionais que combatem a inflamação crônica silenciosa:

  • Alimentos in natura, com alto poder antioxidante e anti-inflamatório: vegetais crucíferos, frutas vermelhas, cúrcuma, gengibre, azeite extra virgem, peixes gordos (sardinha, atum, salmão selvagem), castanhas, cacau puro;
  • Fibras solúveis (aveia, psyllium, linhaça) que alimentam bactérias benéficas no intestino;
  • Redução severa de açúcar, farinhas refinadas, embutidos e óleos vegetais industrializados (como óleo de soja e de milho);
  • Hidratação verdadeira, com água pura em quantidade suficiente;
  • Equilíbrio entre carboidratos e proteínas de qualidade, nada de exageros ou restrições radicais.

Suplementação ajuda a combater a inflamação?

A suplementação pode ser uma grande aliada no combate à inflamação desde que individualizada, com base em exames e sintomas reais. Alguns ativos com ação cientificamente comprovada incluem:

  • Ômega 3 de alta pureza (DHA e EPA);
  • Magnésio quelado;
  • Zinco, selênio e vitamina D;
  • Curcumina biodisponível;
  • Glutationa, NAC e resveratrol (em casos mais específicos);
  • Probióticos clínicos para modular a microbiota.

Mas o Dr. Dárcio Pinheiro alerta que “não existe anti-inflamatório natural que funcione sem base. Suplemento não é paliativo, é ferramenta. E toda ferramenta precisa de estratégia”.

A inflamação silenciosa pode ser invisível mas não é inevitável

A grande virada de chave é entender que não se trata de doença ainda, mas de um terreno fértil para que ela aconteça. E é exatamente nesse momento que a medicina integrativa e a nutrologia têm maior impacto: antes da doença, quando ainda há tempo de prevenir, reverter e regenerar.

Por Roneia Forte

Fonte: Portal EdiCase

Redação EdiCase

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