Deputados do Novo, PL, PSOL e PSB se unem para criticar aumento de cadeiras na Câmara


A aprovação de um projeto de lei que aumenta a quantidade de deputados federais uniu parlamentares de espectros políticos diferentes em manifestações contrárias ao tema. O texto prevê a mudança do número total de deputados de 513 para 531, medida que deve custar R$ 64,6 milhões anualmente. O texto recebeu 270 votos a favor e 207 contra e agora vai à apreciação do Senado.

Nas redes sociais, deputados de partidos como Novo, PSB, PSOL e PL repudiaram o aumento do número de vagas na Câmara.

A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) se posicionou contrariamente ao projeto. Embora seu partido tenha liberado a bancada para votar de forma independente, postura igualmente adotada pelo PT, a parlamentar registrou seu voto contra a tramitação da proposta em regime de urgência. “É um absurdo fazer os brasileiros pagarem mais essa conta”, escreveu no X (antigo Twitter).

Também no X, a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) fez uma analogia entre o projeto e o “orçamento secreto”, escândalo revelado pelo Estadão em maio de 2021. “Se vivêssemos em uma democracia real, estaríamos preocupados em aumentar o controle social e o poder popular, e não o número de parlamentares”, disse.

Também do PSOL, o deputado Chico Alencar (RJ) afirmou que a proposta “propõe aumentar o número de deputados federais e estaduais, sem resolver a distorção na proporcionalidade, sem previsão orçamentária e fonte de custeio”. “Deveríamos debater uma reforma política séria, que vise a participação popular e com foco na qualidade parlamentar.”

Já a deputada Carla Zambelli (PL-SP) afirmou ser “absolutamente contrária ao projeto que aumenta o número de parlamentares”. Para a parlamentar, neste momento, a população pede por mais “austeridade no uso dos recursos públicos”, impedindo que se compactue com “medidas que ampliam o custo da máquina estatal sem trazer reais benefícios à população”.

“Defendo que haja, sim, uma discussão sobre a redução do número total de parlamentares, tornando mais justa a distribuição e fazendo justiça aos Estados mais populosos”, disse Zambelli.

Pelo Novo, a deputada Adriana Ventura (SP) afirmou que o projeto votado é um desrespeito com a população paulista, que, segundo ela, tem “vergonhosa sub-representação na Casa”. “Um aumento que não tem a ver com justiça. É um aumento que tem a ver com o próprio umbigo”, disse.

O deputado Ricardo Salles (Novo-SP) também fez críticas ao texto. “Já somos o Estado que mais paga impostos, que menos recebe de volta e que menos força proporcional tem na Câmara dos Deputados e os 14 ‘paulistas’ agravaram ainda mais essa situação”, disse, em referência aos deputados de São Paulo que foram favoráveis à proposta.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

Recent Posts

Juros nos EUA e múltiplos baixos podem levar Ibovespa a subir mais 10% em 2025

O apetite por risco, que impulsionou o Ibovespa em setembro, pode continuar no curto prazo,…

13 minutos ago

É o fim da guerra em Gaza? O que acontece depois de o Hamas aceitar parte do plano de paz?

A guerra em curso na Faixa de Gaza teve vários desdobramentos nesta sexta-feira, 3. Primeiro,…

14 minutos ago

Abel gabarita ‘desafio do travessão’ e faz Palmeiras provocar Ceni: ‘Ligação direta, patrão?’

Abel Ferreira deu um show de habilidade na Academia de Futebol do Palmeiras, nesta sexta-feira.…

15 minutos ago

Exército de Israel diz que ‘avança os preparativos’ para primeira fase de plano de Trump

Por Redação O Estado de S. Paulo - 04/10/2025 08:38 O exército de Israel anunciou…

22 minutos ago

Com Fed e rotação global, ações na B3 têm em setembro 4º mês com maior fluxo estrangeiro no ano

Por Vinicius Novais e Mateus Fagundes. Colaborou Isabela Mendes - 04/10/2025 08:30 O ingresso de…

39 minutos ago

Aeroporto de Munique volta a funcionar neste sábado, 4, após sobrevoos suspeitos de drones

O Aeroporto de Munique, na Alemanha, reabriu na manhã deste sábado, 4, após as autoridades…

40 minutos ago

This website uses cookies.