O delegado da Polícia Federal, Marco Bontempo, pediu para sair do comando da investigação sobre venda de decisões judiciais, batizado de Operação Sisamnes, após entregar o relatório parcial apontando o balanço do que foi produzido e as próximas diligências do caso. O Estadão revelou nesta sexta-feira, 10, que a PF pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, o aprofundamento da apuração sobre os assessores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e também em relação à filha de um ministro do STJ.
A redistribuição do caso ainda não foi formalizada no processo, mas Bontempo já comunicou sua saída à chefia da Coordenação de Inquéritos Especiais (Cinq), responsável pelos casos que tramitam no STF. Ele alegou necessidade de sair por questões de saúde decorrente de um excessivo volume de trabalho da Operação Sisamnes. A informação sobre sua saída foi antecipada pela Folha de S.Paulo. De acordo com os relatos colhidos pelo Estadão, a saída não foi motivada por pressões relacionadas à investigação.
O delegado estava à frente do caso desde o início da investigação. A operação foi deflagrada em novembro do ano passado, com a prisão do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e afastamento de servidores do STJ. Com a entrega do relatório parcial, o delegado considerou ter encerrado essa parte principal da apuração e apontado rumos para o prosseguimento do caso. Bontempo também já havia concluído o braço da investigação sobre corrupção de dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e de um juiz do Estado.
Integrantes da cúpula da PF afirmam que a investigação será redistribuída para um delegado experiente e que continuará a ser aprofundada, com a mesma equipe de agentes que tem analisado as provas colhidas desde o início do caso.
Por: Estadão Conteúdo