Corinthians e Palmeiras podem não falar publicamente, mas jogaram neste fim de semana pelo Brasileirão com a cabeça já na Copa do Brasil, pela qual se enfrentam na quarta-feira, às 21h30, na Neo Química Arena. Foi o que indicaram os times mandados a campo e as estratégias adotadas nos compromissos deste sábado.
A escalação de Dorival Júnior para enfrentar o Botafogo no Estádio Nilton Santos, no Rio, era direta: titulares poupados. A equipe paulista se postou durante todo o primeiro tempo no campo de defesa, sendo amassada pela equipe da casa.
A primeira etapa terminou somente 1 a 0, mais por demérito do time de Davide Ancelotti, que perdeu chances de ampliar. O intervalo foi crucial para o Corinthians, que voltou com quatro mudanças no time. Entraram Matheuzinho, Breno Bidon, Memphis Depay e Yuri Alberto. Foi uma aposta arriscada de Dorival, que precisava do resultado, mas correndo o risco de desgastar seus principais jogadores, ou até os perder por possíveis lesões.
Yuri retornou dois meses após ter sofrido uma fratura na coluna. Não há indicativo de que ele será titular contra o Palmeiras, na quarta-feira. “O Yuri estava havia dois meses parado. Dificilmente, ele suportaria 90 minutos. Talvez, esse esgotamento que ele alcançasse se jogasse 60 ou 70 minutos, faria falta no jogo de quarta-feira. A previsão era não iniciar com o Yuri, dando-lhe a possibilidade de meio tempo”, explicou Dorival, que justificou outras preservações por causa da partida contra o Ceará, no meio da semana.
Já o Palmeiras foi a campo com força máxima e demonstrou ímpeto inicial bem diferente da ideia de poupar esforço. Facundo Torres abriu o placar com apenas dois minutos. Entretanto, o que seguiu em seguida foi um pé no freio. O time cadenciou a partida, ainda que tenha tido chances de ampliar. A equipe passou a entregar a bola para o Grêmio, que pouco fazia. O gol de Torres deu ao Palmeiras o luxo de administrar o resultado por quase todo o jogo.
“De modo geral, entramos muito bem, depois acaba por ser normal, a energia vai se perdendo, as decisões vão sendo não tão boas. Na segunda parte, acho que ficou bem evidente erros de passe, difícil dominar a bola, parece que está sempre a quicar no chão. Vitória justa e seguimos na competição”, avaliou o técnico Abel Ferreira.
As críticas ao gramado não foram o único “momento ácido” do treinador. Ao apito final, mesmo com a vitória, o técnico deixou o campo irritado e chegou a chutar um microfone que captava o som ambiente para a transmissão televisiva.
Em uma das respostas na entrevista coletiva, Abel justificou o descontentamento. “Acho que entramos muito forte. Depois do gol, conseguimos fazer a posse de bola, mas sem ser agressivo, sem continuar a atacar. Gosto da posse com intencionalidade. A partir dos 25 minutos da segunda parte fomos passivos. Não é esse meu estilo de jogo”, disse. Ainda que Abel reclame, o ritmo menor é de menos desgaste diante do pouco tempo até o próximo compromisso.
O dérbi paulista já teve quatro edições neste ano, três pelo Paulistão (sendo dois os jogos das finais) e uma pelo Brasileirão. Até aqui, foram uma vitória de cada e dois empates. Em novo momento, Corinthians e Palmeiras duelam em mais duas partidas. O clássico, contudo, já começou fora de campo.
Por: Estadão Conteúdo