O secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, afirmou na manhã desta sexta-feira, 31, que comunidades da capital fluminense “se tornaram centros de treinamento e de decisões do Comando Vermelho” no País após “restrições às operações policiais”, em referência à ADPF das Favelas.
“Essas restrições e limitações às operações tornaram algumas comunidades do Rio de Janeiro, principalmente os grandes complexos de favelas, centros de treinamento e de onde partem as decisões para a expansão do Comando Vermelho para todo País”, afirmou o secretário em coletiva na Cidade da Polícia, na zona norte do Rio.
O governo do Rio diz, que 99 dos 117 mortos na megaoperação da última terça, 28, já foram identificados. De acordo com Felipe Curi, secretário da Polícia Civil, todos têm antecedentes criminais:
42 tinham mandados de prisão pendente;
78 apresentavam “relevante” histórico criminal (tráfico, homicídio)
A ADPF das Favelas é utilizada como um dos principais argumentos do governador Cláudio Castro (PL) para, segundo ele, o enfraquecimento do combate ao crime no Rio.
Castro chamou a ADPF das Favelas de “maldita”, em coletiva na terça-feira, 28, e disse que a decisão do STF dificultou a atuação das forças de segurança pública do Rio no combate à criminalidade.
‘Alemão e Penha: QGs do Comando Vermelho’
Segundo Curi, os complexos do Alemão e da Penha “passaram a ser o QG do Comando Vermelho”.
“São desses complexos que partem todas as ordens, decisões e diretrizes da facção para todos os outros Estados onde o Comando Vermelho tem atuação, praticamente em todos os estados do Brasil”, afirmou.
O secretário disse ainda que a investigação da Polícia Civil do Rio, que durou, segundo ele, cerca de um ano, mostra que os integrantes do Comando Vermelho utilizam os complexos do Alemão e da Penha como centros de treinamento de tiro, táticas de guerrilha, manuseio de armamento e de cooptação de criminosos de outros Estados.
“A investigação e os dados de inteligência comprovam que são nos complexos da Penha e do Alemão que são feitos treinamentos de tiro, tática de guerrilha, manuseio de armamento, cooptação desses marginais que vêm de fora do Estado para serem, entre aspas, formados aqui e depois retornarem aos seus Estados de origem para a implementação da cultura da facção”, disse.
Por: Estadão Conteúdo









