CNI se reúne com embaixadora do Brasil nos EUA e fala em desmistificar acusações do USTR


Em missão empresarial aos Estados Unidos, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, defendeu que o Brasil precisa “desmistificar” algumas das acusações feitas pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) com base na Seção 301 da Lei de Comércio. Essa investigação ajudou a embasar a taxa de 50% aplicada pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros.

“Nós temos que desmistificar o problema do desmatamento, desmistificar o problema dos meios de pagamento, no caso do Pix, desmistificar o problema de que talvez nós não temos as devidas cobranças na parte do Judiciário e mais outros pontos comerciais que são importantes”, disse o presidente da CNI.

Alban e representantes de federações das indústrias de Estados como Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo se reuniram nesta terça-feira, 2, com a embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Ribeiro Viotti.

A reunião, na embaixada brasileira em Washington, foi para alinhar expectativas e posicionamentos para a audiência pública relacionada ao processo do USTR. Na audiência, que será realizada entre 9h e 17h, desta quarta-feira, 3, há previsão de defesa oral do embaixador Roberto Azevêdo, consultor da CNI.

A investigação do USTR, aberta em 15 de julho, abrange temas como comércio digital, serviços de pagamento eletrônico, tarifas preferenciais, proteção de propriedade intelectual, acesso ao mercado de etanol e questões ambientais (como desmatamento ilegal).

No caso do etanol, Alban frisou que a relação comercial Brasil-EUA é “de muitos anos”. Ele argumentou que é possível “colocar na mesa” o fato de que os dois países são os maiores produtores de etanol do mundo, importante insumo, por exemplo, para a produção do SAF (combustível sustentável de aviação).

A entidade da indústria brasileira já apresentou posicionamento técnico ao USTR argumentando que o País não aplica práticas desleais ou discriminatórias que prejudiquem a competitividade das empresas norte-americanas e sustentou que as preocupações identificadas pelo USTR não justificam medidas restritivas ao comércio nos termos da Seção 301. “Às vezes, o papel não diz tudo, não dá toda a sensibilidade”, disse Alban nesta terça.

Ricardo Alban ainda pontuou que “infelizmente” o momento atual de comércio é peculiar, porque pode haver escalonamentos que têm “muito mais” a ver com as questões políticas e geopolíticas. “Mas o que nós queremos aqui é garantir uma porta de diálogo, garantir que uma mesa de negociação possa existir e que nessa mesa os argumentos técnicos, comerciais e econômicos possam ter a sua preferência, possam ter a sua importância e com isso nós criamos alternativas para enfrentar possíveis entendimentos ou equívocos que vêm da ordem política ou geopolítica”, considerou.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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