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Casos de antissemitismo crescem 350% entre 2022 e 2024 no Brasil, aponta relatório


As denúncias de antissemitismo cresceram 350% entre 2022 e 2024 no Brasil, potencializadas a partir da guerra ainda em curso entre Israel e Hamas. É o que aponta o relatório de Antissemitismo no Brasil, feito pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), e divulgados nesta terça-feira, 15.

Segundo o relatório, no primeiro mês do conflito entre Israel e Hamas, em outubro de 2023, houve um aumento alarmante de mais de 1.000% no número de registros em comparação ao mesmo período de 2022.

De todas as 1.788 denúncias do último ano, praticamente 3 em cada 4 (73%) são provenientes de ambientes digitais, como as redes sociais.

De 2022 para 2024, o aumento nas denúncias de antissemitismo no ambiente online foi de 549% (contra alta de 145% nas denúncias offline). O X (antigo Twitter) e o Instagram são as principais plataformas com denúncias do crime, que as entidades judaicas brasileiras defendem como um tipo de crime de racismo.

“O ambiente digital virou o grande palco de antissemitismo no Brasil e no mundo, saltando de 51% em 2022 para 73% de todas as denúncias recebidas em 2024”, afirma o documento.

Radicalização de jovens

Segundo a Conib, existe um processo de radicalização principalmente de jovens por meio de grupos fora do Brasil.

“O Brasil tem sido um palco importante de radicalização, tanto radicais da extrema direita, ultranacionalistas brancos, e também de grupos como o ISIS (Estado Islâmico)”, afirma Alexandre Judkiewiz, diretor executivo de segurança da Fisesp e do Departamento de Segurança Comunitária (DSC).

O problema, entretanto, também está nos ambientes offline. A denúncia mais frequente é a de vandalismo (muitas vezes com pichações nazistas, por exemplo). Em seguida, estão agressões verbais e agressões físicas. As entidades afirmam ainda que as denúncias têm sido encaminhadas para o poder público, com o reconhecimento da necessidade de medidas urgentes.

“Nós temos tido uma resposta muito positiva, tanto o Executivo, quanto o Legislativo e o Judiciário. As forças públicas – a Polícia Civil e a Polícia Federal – têm recebido nossas denúncias e dado o andamento que nós esperamos, reconhecido a urgência e a necessidade de atender esse tipo de crime, reconhecendo que o antissemitismo se enquadra na definição de racismo”, diz Daniel Kignel, diretor jurídico da Fisesp.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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