Caiado diz que ‘presidencialismo está destruído’ e critica emendas


O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), pré-candidato à Presidência da República, afirmou nesta segunda-feira, 5, que o sistema presidencialista no Brasil está “destruído” e criticou os valores destinados às emendas parlamentares. Segundo ele, essa configuração contribui para “fragilizar” os poderes atribuídos ao presidente.

“O presidencialismo foi totalmente destruído no Brasil. Onde está a liturgia do cargo da Presidência da República? Acabou. Eu fui deputado federal e senador, com R$ 15,5 milhões de emendas por ano, sem serem impositivas. Hoje, o parlamentar de baixo clero tem R$ 100 milhões. Senador tem R$ 300 milhões”, disse Caiado em palestra promovida pela Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.

Caiado afirmou que a atual dinâmica de liberação de emendas enfraquece o Poder Executivo. “A figura do presidente foi ficando fragilizada diante dessa ameaça que é imposta. Ele entrega aquilo que é prerrogativa dele para o Congresso, para o Supremo que legisla em matérias que são do Congresso também”, afirmou.

Para o governador, o cenário “insustentável” infla a gerência dos parlamentares sobre o Orçamento. “O plano de governo é do presidente. O deputado foi feito para aprovar o Orçamento, fiscalizar o Orçamento e legislar nas matérias de lei complementar e ordinária à proposta. Pronto. Essa é a finalidade do deputado e do senador. Agora, não é ele que vai decidir que vai repassar o dinheiro, que é discricionário, que está no plano de governo, para fazer o que ele acha que deve fazer no município. Isso aí é insustentável”, disse Caiado.

O uso das emendas parlamentares como instrumento de barganha política ganhou força durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Como revelado pelo Estadão, a falta de transparência sobre o destino dos valores era catalisador de corrupção no esquema conhecido como orçamento secreto.

Mas o tema voltou à tona, agora como ponto de tensão entre os Três Poderes, no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O impasse se intensificou após o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender o pagamento de todas as emendas. A exigência era o estabelecimento de regras claras de transparência que permitam rastrear a destinação e a liberação dos recursos.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

Recent Posts

Osasco e Praia perdem e decidem 3º lugar no Mundial de vôlei feminino

O favoritismo italiano superou o fator-casa brasileiro nas semifinais do Campeonato Mundial de Clubes de…

2 horas ago

Basquete: Minas segue invicto e Sesi Franca se reabilita na Champions

O primeiro dos três turnos da primeira fase da Champions League das Américas, a "Libertadores" do…

4 horas ago

Flamengo vence Pyramids e vai à decisão da Copa Intercontinental

O povo rubro-negro quer o mundo de novo e terá a chance de reconquistá-lo. Neste…

5 horas ago

Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual: valorização e direitos em foco

O Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, celebrado em 13 de dezembro, é uma…

9 horas ago

Doces de Natal: 3 receitas práticas e deliciosas para a ceia

O Natal pede mesa farta, aconchego e aquele toque doce que faz todo mundo sorrir.…

10 horas ago

This website uses cookies.