Por Redação O Estado de S. Paulo – 01/04/2025 12:56
Drauzio Varella está lançando seu 20º livro, O Sentido das Águas, registro de viagens que fez pela bacia do Rio Negro. Em entrevista ao Estadão, publicada nesta segunda-feira, 31, além de falar sobre o novo trabalho, o médico e escritor relembrou sua atuação no extinto presídio do Carandiru, na zona norte de São Paulo, que resultou no best-seller Estação Carandiru, vencedor do Prêmio Jabuti e adaptado para os cinemas por Hector Babenco.
Perguntado sobre o que a sociedade brasileira precisa aprender que não aprendeu com aquele massacre que causou a morte de 111 detentos, ele disse: “Em primeiro lugar, a reconhecer que a cadeia não reduz a violência urbana. Claro que se tem um cara assaltando na esquina da minha casa, eu quero que ele vá preso. Mas eu não posso ter a ilusão que dessa forma eu estou reduzindo a violência.”
Varella afirmou que, quando começou a trabalhar no sistema prisional, em 1989, o Brasil tinha 90 mil presos. Hoje, tem cerca de 800 mil presidiários.
“Nesse período, nós aumentamos nove vezes a população prisional. Diminuiu a violência? Claro que não. Não é assim que vamos diminuir a violência. O que faz diminuir a violência? Educação e oportunidade. Se você tem uma sociedade que privilegia as diferenças sociais, em que a pobreza não é combatida, vai ter violência”, opinou o doutor.
Ele ainda comparou a situação nos Estados Unidos e criticou a concentração de riquezas ao relembrar a posse do presidente Donald Trump. “Os três caras que estavam lá, [Mark] Zuckerberg, [Elon] Musk e [Jeff] Bezos? A fortuna dessas três pessoas é igual à da metade inferior da sociedade americana, que são 170 milhões [de pessoas]. Conclusão: você sai daquela parte mais civilizada das cidades americanas e você cai num nível de violência absurda”, falou.
“Enquanto isso, na China tiraram 800 milhões de pessoas da pobreza extrema. É um país muito menos violento do que os EUA. Então, enquanto não nos convencermos de que nós temos que distribuir renda e que não dá para viver com essa concentração que temos hoje, querer andar em paz pelas ruas sem que aconteça nada será apenas um sonho”, alertou o oncologista de 81 anos.
Por:Estadão Conteúdo
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