O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta segunda-feira, 19, que o Brasil não depende de Selic alta em termos estruturais. Ele citou, por exemplo, que desde o sistema de metas, o País é campeão de volatilidade de câmbio.
“Claro que pode ter alguma relação com política econômica momentânea, mas obviamente isso tem a ver com a própria estrutura do mercado cambial brasileiro. O mercado cambial brasileiro é um dos mais líquidos do mundo”, disse ele, ao comentar sobre o patamar elevado da Selic.
Segundo Mello, o ônus do Brasil está relacionado ao grau mais elevado de volatilidade. “A partir daí a política monetária, sabendo que ela tem uma meta e que obviamente essa volatilidade cambial pode prejudicar o processo dela alcançar essa meta, ela reage”, disse.
“Eu não estou falando que inflação é só câmbio, evidentemente atividade, mercado de trabalho, tudo isso importa. Mas existe um pass-through, ele não é propriamente pequeno, e ele tem efeitos secundários. Mesmo quando estamos falando de inflação de serviços, tem alguns serviços que são basicamente salário”, continuou.
De acordo com o Boletim Macrofiscal divulgado nesta segunda-feira pela SPE, as projeções de inflação consideraram a taxa de câmbio de fim de período de R$/US$ 5,86. Essa taxa é similar à mediana projetada no Focus para 2025 na data de fechamento da grade de parâmetros e levemente inferior à taxa de R$ 5,90 utilizada como referência para atualização da grade anterior.
“Uma taxa de câmbio mais próxima de R$/US$ 5,70, conforme utilizada nas projeções do cenário de referência do Copom de maio, poderia contribuir para reduzir as estimativas de IPCA, INPC e IGP-DI”, diz o documento.
Fazenda alinhada ao BC
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda afirmou que a pasta está totalmente alinhada ao Banco Central para tratar das questões de transmissão da política monetária, sobretudo relacionadas à indexação.
Ele avaliou que o debate sobre “entupimento de canais” da política monetária é muito diferente do que era há 10 anos, quando boa parte dos programas de crédito não estavam ligados direta ou indiretamente à taxa Selic, como ocorre hoje.
“Mas é evidente que ainda resistem alguns problemas para transmissão da política monetária, não só do ponto de vista do crédito, mas do ponto de vista que falamos pouco e é fundamental, que é a indexação”, avaliou Mello. “Estamos totalmente junto com Banco Central nessa discussão de encontrar soluções”, emendou.
Crédito
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda afirmou também que a política monetária mais restritiva está arrefecendo o crescimento dos chamados “setores cíclicos” e afetando o consumo das famílias e os investimentos ao longo do ano.
Segundo Mello, as alterações provocadas pela política monetária têm como objetivo trazer a inflação à meta. “Acreditamos que a política monetária tem efeitos sobre a atividade. Já há um arrefecimento no nível de crescimento dos setores cíclicos, aqueles que são mais impactados pela política monetária, em particular o ciclo de crédito”, disse ele.
O secretário repetiu ainda que a pasta espera uma desaceleração da economia no segundo semestre. “A gente espera crescimento ainda forte no primeiro semestre devido aos efeitos da supersafra. Isso quer dizer que a economia vai entrar em crise? Isso quer dizer que a economia vai ter uma desaceleração na segunda metade do ano, e isso tem a ver, em grande medida, com a postura da política monetária”, completou. A SPE projeta alta de 3,1% para o IPCA em 2027 e de 3% em 2028.
Apesar disso, Mello reiterou que o desafio fiscal está sempre colocado para o Brasil. Ele fez menção ao elevado gasto tributário no País e ponderou que as projeções da Receita Federal acerca desse dado podem estar, inclusive, subestimadas. “Não podemos dourar a pílula (sobre fiscal)”, reforçou ele, ao citar problemas estruturais domésticos.
EUA
Em relação ao debate sobre tarifas nos Estados Unidos, Mello comentou que não é um cenário que se gostaria de estar vivendo, sob vários pontos de vista, e não só econômico.
“Quando a maior economia do mundo tenta redefinir as regras que ela mesmo implementou ao longo das últimas décadas, isso gera um cenário complexo, um cenário muito incerto e um cenário que pode alimentar movimentos protecionistas, movimentos de fechamento das economias, que não são boas para ninguém, mas em particular para os países em desenvolvimento”, avaliou o secretário.
A subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal, comentou que o impacto de tarifas para desinflação é no curtíssimo prazo, já no médio prazo o reflexo é distinto.
Por: Estadão Conteúdo
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