Brasil bate recorde de transplantes, mas ainda tem 78 mil pessoas na fila


O Brasil bateu recorde de transplantes em 2024. Foram 30,3 mil procedimentos no ano passado, um aumento de 5,5% em relação a 2023, quando foram feitos 28,7 mil. Apesar do aumento, o País ainda tem 78 mil pessoas aguardando na fila por um órgão, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira, 4, pelo Ministério da Saúde.

No evento de apresentação dos dados, a pasta chamou atenção para a necessidade de ampliação no número de doadores, que caiu em 2024. No ano passado, foram contabilizados 4.086 doadores efetivos, abaixo dos 4.129 registrados em 2023.

“Nosso foco é reduzir a renúncia de doação pela família”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acrescentando que atualmente há uma recusa de 45% das famílias no tocante à doação de órgãos.

Mais de 90% dos transplantes são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os principais procedimentos realizados foram transplantes de córnea (17.107), rim (6.320), medula óssea (3.743) e fígado (2.454). Os demais não foram discriminados pelo ministério.

A pasta detalhou ainda os órgãos mais demandados:

– 42.838 pessoas esperam por um rim;

– 32.349 pessoas aguardam transplante de córnea;

– 2.387 esperam receber um fígado.

Medidas para ampliar os transplantes

O ministério anunciou que, a partir de 2026, deve destinar R$ 20 milhões por ano para financiar equipes responsáveis por entrevistar familiares de possíveis doadores.

O objetivo é aprimorar o treinamento desses profissionais para ampliar o convencimento das famílias e, consequentemente, o número de órgãos disponíveis no sistema. A iniciativa está em formulação e deve ser lançada em setembro.

“A família brasileira é solidária. Se a família brasileira é adequadamente entrevistada e entende o processo da morte encefálica, ela doa”, analisou Patrícia Freire, coordenadora geral do Sistema Nacional de Transplantes.

Além da formação das equipes, a pasta decidiu reajustar em pelo menos 81% o valor pago para subsidiar a compra de substâncias usadas na preservação de órgãos. Segundo o ministro, o valor estava defasado há 20 anos. Padilha não informou o montante investido nesse caso.

“Com esse reajuste conseguimos garantir o melhor aproveitamento desses órgãos, e fazer um número maior de transplantes”, afirmou o ministro. O ministério também vai ampliar campanhas de conscientização sobre a doação de órgãos.

Atualmente, cerca de 30 a 35% dos órgãos disponibilizados são de fato aproveitados. Entre os motivos para o baixo índice estão não só questões de armazenamento, mas também incompatibilidade entre doador e receptor e contraindicações clínicas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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