Brasil ainda carece de política pública clara e efetiva para proteger fronteiras, diz Derrite


Por Leandro Silveira, Eduardo Laguna* e Francisco Carlos de Assis* – 07/06/2025 15:31

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou neste sábado, 7, que o Brasil ainda carece de uma política pública clara e efetiva para proteger suas fronteiras e combater o tráfico internacional de drogas. “Qual é a política pública bem definida para proteger as nossas fronteiras, para evitar que essa droga chegue? Não existe”, declarou.

Ao comentar a PEC da Segurança Pública, em discussão no Congresso Nacional, Derrite avaliou que há uma “janela de oportunidade” para legislar sobre o tema, mas criticou pontos do texto que, segundo ele, não enfrentam o cerne do problema. “A minha crítica é: então precisa de PEC para fazer isso?”, questionou.

Para Derrite, o foco deveria estar em “enfraquecer e asfixiar financeiramente o crime organizado”.

“O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína do mundo, e o porto de Santos é o segundo maior exportador da droga, só atrás de Guayaquil, no Equador. E nós não produzimos cocaína”, disse ele, ao destacar a importância de uma ação coordenada entre as forças de segurança federais e estaduais.

Segundo Derrite, o efetivo das polícias federais é insuficiente para enfrentar o problema sozinho. “A Polícia Federal tem cerca de 13 mil homens, a Rodoviária Federal também. São 26 mil no total. Aqui em São Paulo, temos 111 mil homens e mulheres. Precisa existir uma rede colaborativa, integrada.”

Outro ponto criticado por Derrite foi a falta de medidas mais duras contra a reincidência criminal. “Nós prendemos uma, duas, 15, 30 vezes um criminoso por roubo”, disse.

Ele defendeu a limitação do acesso à audiência de custódia. “Eu não sou a favor de acabar com a audiência de custódia, mas de limitar o acesso. A sociedade aceita que quatro sequestradores sejam liberados após audiência de custódia? Tenho certeza que não.”

Sobre os repasses federais, Derrite afirmou que o valor destinado à segurança pública é “irrisório” diante do orçamento necessário. “De uma pasta como a minha, que tem R$ 33 bilhões de orçamento no ano, eu recebo R$ 50 milhões do governo federal. É muito pouco para se combater o crime.”

*Os repórteres viajaram a convite da Esfera Brasil



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

Recent Posts

Urgente: Mãe e filho são esfaqueados em dupla tentativa de homicídio no oeste de Goianésia

Uma mulher de 51 anos e seu filho de 13 anos ficaram feridos após uma…

34 minutos ago

Central Julia Kudiess é eleita a 5ª melhor jogadora do vôlei mundial

A central Julia Kudiess, do Minas Tênis Clube, foi apontada no último sábado (27) como…

3 horas ago

Homem é preso em Barro Alto após agredir esposa com tijolo e enfrentar polícia

Um homem, cuja identidade não foi revelada, foi preso por lesão corporal dolosa, violência doméstica…

6 horas ago

5 receitas deliciosas para um fim de ano inesquecível

Trazer à mesa das festas de fim de ano receitas criativas é fundamental para criar…

6 horas ago

Homem usa faca para ameaçar esposa após agredi-la com socos e acaba preso no oeste de Goianésia

Um homem, que não teve sua identidade revelada, foi preso por ameaça e lesão corporal…

7 horas ago

Polícia recupera veículo furtado e conduz suspeito por receptação em Barro Alto

A Polícia Militar recuperou um veículo furtado e conduziu um suspeito pelo crime de receptação…

7 horas ago

This website uses cookies.