Autoridades dizem que não há sinais de vida em área da Indonésia onde escola desabou

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Por Redação O Estado de S. Paulo* – 02/10/2025 18:47

Autoridades da Indonésia confirmaram nesta quinta-feira, 2, que não há mais sinais de vida em área onde uma escola desabou e deixou 59 estudantes desaparecidos na última segunda-feira, 29, em Sidoarjo, no lado leste da ilha de Java.

Após o anúncio, as equipes de resgate começaram a usar máquinas pesadas para remover grandes partes da estrutura. A decisão foi tomada depois de uma conversa com as famílias de pessoas que ainda estão desaparecidas, disse o ministro coordenador de Desenvolvimento Humano e Assuntos Culturais da Indonésia, Pratikno.

Mohammad Solehoddin, de 47 anos, é pai de Ahmad Suafi, de 17, um dos alunos que ainda não foi encontrado. Ele acredita que intensificar os esforços com escavadeiras pesadas parecia a melhor chance de ainda localizar o jovem vivo.

“Ao remover as grandes partes de concreto, esperamos que nossos filhos sejam encontrados”, disse o homem, que esperava com sua esposa e outros pais ansiosos em uma área da escola que não foi danificada, com o som das máquinas em funcionamento audível ao fundo.

O acidente

A estrutura da sala de orações da centenária escola islâmica al Khoziny caiu sobre centenas de pessoas na segunda-feira.

Cinco estudantes foram resgatados na última quarta-feira, 1º, por trabalhadores que cavaram um túnel nos escombros usando apenas ferramentas manuais. Até o momento, cinco mortes foram confirmadas, além de 105 feridos – entre os quais pelo menos 20 pessoas ainda estão hospitalizadas, a maior parte com ferimentos na cabeça e ossos quebrados.

A maioria dos alunos eram meninos do 7º ao 12º ano, com idades entre 12 e 19 anos. As alunas estavam rezando em outra parte do prédio e conseguiram escapar, segundo os sobreviventes.

Pratikno disse que as buscas continuam com extrema cautela, mesmo que não sejam detectados mais sinais de vida. “De qualquer forma, seremos muito, muito cuidadosos ao usar as máquinas pesadas”, disse.

As autoridades afirmaram que o edifício tinha dois andares, mas que mais dois andares estavam sendo acrescentados sem licença. A polícia disse que a fundação do edifício antigo aparentemente não era capaz de suportar dois andares de concreto e desabou durante o processo de concretagem.

O resgate

A maioria dos resgates geralmente ocorre dentro de 24 horas após desastres como esse, com as chances de sobrevivência diminuindo com o passar do tempo.

Solehoddin é pai de um dos alunos desaparecidos. Ele disse que estava no local desde o final de segunda-feira, tendo corrido para lá de sua aldeia em uma ilha próxima após ouvir a notícia. O homem relata ter ouvido vozes das pessoas presas na terça-feira, 30, quando estava perto da área que desabou como representante dos pais.

Ele viu seu filho pela última vez há duas semanas, quando o adolescente fez uma visita surpresa à casa, porque disse que sentia falta da comida da mãe. Agora, disse ele, só lhe resta rezar para que possa vê-lo novamente. “Deixo isso nas mãos de Deus”, disse ele. “O que mais podemos fazer?”

Quase 220 trabalhadores estavam no local nesta quinta-feira, 02, com ambulâncias à disposição, prontas para levar rapidamente ao hospital quaisquer sobreviventes encontrados. Mas as autoridades também trouxeram grandes quantidades de sacos para cadáveres, um reconhecimento tácito de que as chances de encontrar alguém vivo estavam diminuindo rapidamente.

“Não estamos mais considerando a possibilidade de haver sobreviventes, mas ainda assim continuaremos com cautela”, disse o chefe da Agência Nacional de Mitigação de Desastres da Indonésia, Suharyanto.

O número de desaparecidos oscilou bastante ao longo dos três dias de esforços de resgate, e Suharyanto admitiu que as autoridades ainda não têm certeza de quantos alunos podem estar soterrados, tendo feito sua estimativa com base nos números de frequência escolar e nas informações das famílias.

“Nós realmente esperamos que essas 59 pessoas não estejam sob os escombros”, disse ele. “Já aconteceu antes de pais reportarem seus filhos como desaparecidos, mas eles estavam em outro lugar – eu realmente espero e rezo para que eles não estejam lá.

*Com informações da Associated Press

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.



Por: Estadão Conteúdo

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