Categories: Últimas Notícias

Após reter fundos, Trump ameaça retirar isenção fiscal de Harvard


Por Redação, O Estado de S. Paulo – 16/04/2025 07:28

A guerra de Donald Trump contra as universidades de elite dos EUA ganhou um novo capítulo nesta terça, 15, com o presidente americano ameaçando retirar a isenção fiscal de Harvard, instituição de ensino superior mais antiga e rica do país, que se recusa a mudar seus processos de contratação, de admissão de alunos e currículo, como exige Trump.

Na segunda-feira, 14, o presidente havia mandado suspender US$ 2,2 bilhões em verbas federais a Harvard como parte de sua cruzada contra a ideologia “woke” nas universidades americanas. As exigências de Trump, segundo a direção da universidade, incluíam restrições à liberdade de expressão, que eles não poderiam aceitar.

“Talvez Harvard devesse perder o status de isenção de impostos e ser tributada como uma entidade política, se continuar a promover ‘doenças’ políticas, ideológicas e inspiradas por terroristas? Lembrem-se, o status de isenção de impostos depende totalmente de (a instituição) agir de acordo com o interesse público”, escreveu Trump em sua rede social.

Controle

O presidente também quer que a Universidade Harvard se desculpe por episódios recentes de “antissemitismo” na instituição – uma referência aos protestos pró-Palestina e contra a guerra na Faixa de Gaza que ocorreram em várias universidades americanas no ano passado.

Na semana passada, Harvard recebeu uma carta do governo exigindo reformas e relatórios de progresso de rotina sobre como elas estavam sendo implementadas, a fim de continuar a “manter” o relacionamento financeiro com o Estado. A direção da universidade rejeitou as exigências, o que levou o presidente a congelar o financiamento de US$ 2,2 bilhões.

Analistas acreditam que a decisão de Harvard fortalece a posição de outros atores que hesitam em resistir aos arroubos do presidente americano, como escritórios de advocacia, tribunais e empresas de mídia, além de outras universidades que também se tornaram alvo de Trump.

Harvard, no entanto, está em uma posição privilegiada para resistir à pressão da Casa Branca, com um fundo patrimonial que totaliza US$ 53 bilhões – maior que o PIB de 100 países. Outras instituições com fundos patrimoniais menores acabaram forçadas a fechar acordos com o governo para alterar suas políticas e programas de ensino.

Em março, a Universidade Columbia, pressionada pela perda de US$ 400 milhões em financiamento federal, cedeu ao governo e aceitou algumas exigências, como a remodelação de seu Departamento de Estudos do Oriente Médio, Sul da Ásia e África.

Resistência

Outras universidades da chamada “Ivy League”, as instituições de elite no nordeste dos EUA, como Cornell e Northwestern, descobriram sobre as suspensões de repasse de recursos pela imprensa.

Em Princeton, o reitor Christopher Eisgruber disse que também teve verbas cortadas, mas sem que o governo comunicasse quais medidas esperava que a instituição tomasse.

Os cortes anunciados em Harvard representam parte dos US$ 9 bilhões em financiamento federal da universidade, sendo US$ 7 bilhões destinados aos 11 hospitais em Boston e Cambridge, no Estado de Massachusetts.

Os US$ 2 bilhões restantes são de bolsas de pesquisa, incluindo áreas como exploração espacial, diabetes, câncer, Alzheimer e tuberculose. Ainda não se sabe quais programas seriam afetados.

“A universidade não abrirá mão de sua independência ou de seus direitos constitucionais. Nem Harvard nem qualquer outra universidade privada pode permitir ser encampada pelo governo federal”, escreveu o reitor de Harvard, Alan Garber, em carta ao governo.

Obama: universidade é exemplo para outras instituições

O ex-presidente Barack Obama elogiou a decisão da Universidade Harvard de recusar as exigências da Casa Branca em sua primeira postagem nas redes sociais criticando o governo de Donald Trump desde 20 de janeiro, dia da posse.

Obama, ex-aluno de Harvard, convocou outras instituições a seguir o exemplo. “Harvard estabeleceu um exemplo para outras instituições de ensino superior – rejeitando uma tentativa ilegal e desajeitada de sufocar a liberdade acadêmica, ao mesmo tempo que toma medidas concretas para garantir que todos os seus alunos possam se beneficiar de um ambiente de investigação intelectual, debate rigoroso e respeito mútuo”, escreveu.

O ex-presidente, que se formou na Faculdade de Direito de Harvard em 1991, raramente critica o governo ou políticas governamentais nas redes sociais. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

Recent Posts

Goiás marca dois gols no fim, vira diante da Chapecoense e reassume a liderança da Série B

O Goiás interrompeu a série de duas derrotas seguidas ao vencer, por 2 a 1,…

5 minutos ago

Novorizontino leva gol no começo e lamenta empate amargo com o Amazonas na Série B

O Novorizontino foi surpreendido pela efetividade do Amazonas e ficou no empate por 1 a…

15 minutos ago

Seleção masculina vence Polônia, fecha semana com 100% e lidera Liga das Nações de vôlei

Em um jogo valendo a liderança da Liga das Nações de vôlei, a seleção brasileira…

53 minutos ago

Filipe Luís admite superioridade do Bayern, mas elogia Flamengo no Mundial: ‘Muito orgulhoso’

Derrotas e consequentes eliminações em grandes competições doem. E curar a ferida da tristeza não…

1 hora ago

Festival Glastonbury se posiciona após banda Bob Vylan pedir ‘morte’ a militares israelenses

Por Redação O Estado de S. Paulo - 29/06/2025 20:15 A produção do tradicional festival…

1 hora ago

João Fonseca estreia em Wimbledon, lugar mais ‘temido’ pelo tênis brasileiro

Destaque do Brasil na quadra dura e no saibro neste ano, João Fonseca vai encarar…

1 hora ago

This website uses cookies.