Andrés Sánchez, ex-presidente do Corinthians, pediu afastamento por tempo indeterminado do Conselho Deliberativo (CD), onde tem a posição vitalícia, e do Conselho de Orientação (Cori), no qual é membro nato, na tarde desta quarta-feira. A solicitação ocorre após o antigo mandatário ser denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário em meio à investigação por uso indevido de cartões corporativos.
A informação foi divulgada por meio de nota oficial assinada por Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo. “Informo ainda que a Comissão de Justiça do CD dará seguimento à apuração do caso do uso do cartão corporativo, ouvindo inclusive os ex-diretores e presidentes de órgãos fiscalizadores do clube à época das gestões de 2018 para cá.”
Ao Estadão, a defesa de Andres afirmou estar surpreendida com a denúncia e “destaca, desde já, a inépcia da peça acusatória e o evidente excesso na imputação, reiterando que a inocência de Andrés será comprovada ao longo do processo.”
A polêmica sobre uso indevido dos cartões corporativos veio à tona em junho, com faturas do cartão corporativo do clube vazadas nas redes sociais. Andrés Sanchez admitiu ter feito uso, mas por engano, ao confundir seu cartão pessoal com o do clube durante uma viagem de Réveillon entre o final de 2020 e o início de 2021. O gasto foi de R$ 9.416 e, em contato com o Estadão, ele afirmou ter ressarcido o clube em R$ 15 mil.
Segundo o promotor Cássio Roberto Conserino, Andrés usou o cartão do clube durante uma viagem de Réveillon, além de fazer compras de relógios na loja H. Stern, roupas na Brooksfield e demais compras em postos de combustível e aplicativos de smartphone.
“Estou abrindo a víscera da investigação e submetendo ao pleito da sociedade da qual a gente é investigador”, disse o promotor, em coletiva à imprensa nesta quarta-feira. “O cartão empresarial do Corinthians era utilizado como se fosse privado. Não é necessário perspicácia para saber que um cartão corporativo não é utilizado numa drogaria, hospital de ponta ou duty free. Esse dinheiro é do Corinthians e não de quem ocupava o cargo à época”, detalhou o promotor.
DIRETOR FINANCEIRO É AFASTADO
Horas antes de Andrés pedir licença de suas funções nos conselhos, o Corinthians afastou por tempo indeterminado o diretor financeiro Roberto Gavioli. Ele também foi denunciado pelo MP-SP pelos crimes de apropriação indébita e lavagem de dinheiro na esteira da investigação que apura o uso indevido de cartões corporativos do clube.
“O Sport Club Corinthians Paulista informa que afastou de suas funções nesta quarta-feira (15) – por tempo indeterminado e sem remuneração – o superintendente financeiro do Clube, Roberto Gavioli, para que o mesmo possa defender-se da denúncia oferecida pelo Ministério Público”, disse o clube, em nota oficial.
Gavioli foi nomeado para a diretoria financeira do clube pela gestão de Osmar Stábile, que assumiu o clube após o impeachment de Augusto Melo. O dirigente também exerceu a função durante o segundo mandato de Andres Sanchez à frente do clube (2018 a 2020). O antigo mandatário também foi denunciado pelo MP-SP e responde pelos mesmos crimes e ainda está sob suspeita falsidade de documento tributário.
O Estadão entrou em contato com Gavioli. Ele afirmou que trata do assunto com o seu advogado e irá se manifestar em momento oportuno.
Segundo o promotor Cássio Roberto Conserino, responsável pela investigação, Gavioli tinha o dever de impedir o uso indevido dos cartões do clube e garantir o bem jurídico verificando a pertinência do valor gasto na nota fiscal. “(Ele) Era obrigado a confeccionar relatório para apresentar aos órgãos internos e prestar contas. Em interrogatório, disse que não tinha o dever de fazer investigação. Por isso ele também ingressou na qualidade de codenunciado.”
Andrés e Gavioli deverão ressarcir o clube em aproximadamente R$ 480 mil, por apropriação indébita, mais 75% do valor por danos morais. “O Corinthians esclarece ainda que acompanha com atenção a denúncia envolvendo o ex-presidente Andrés Navarro Sanchez, colocando-se à disposição para fornecimento de documentos e informações necessárias ao Ministério Público e órgão internos do clube como Conselho Deliberativo, CORI (Conselho de Orientação), Conselho Fiscal e Comissão de Ética. A Diretoria Executiva do Corinthians reforça seu comprometimento na colaboração com as investigações do Ministério Público e dos órgãos internos do clube.”
Por: Estadão Conteúdo
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