Ambientalistas entram com ação para interromper perfuração da Petrobras na Margem Equatorial


Oito organizações e redes dos movimentos ambientalistas, indígena, quilombola e de pescadores artesanais entraram na quarta-feira, 22, com uma ação na Justiça Federal do Pará contra o Ibama, a Petrobras e a União, pedindo anulação do licenciamento do bloco FZA-M-59, que permitiu à Petrobras iniciar a perfuração de petróleo na bacia sedimentar da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.

A ação foi protocolada na 9ª Vara da cidade de Belém pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), a Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), a Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas), a Confrem (Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas e dos Povos Extrativistas Costeiros e Marinhos), o Greenpeace Brasil, o Instituto Arayara, o Observatório do Clima e o WWF-Brasil também pedem liminar suspendendo imediatamente as atividades de perfuração, sob risco de danos irreversíveis ao meio ambiente.

Segundo a ação, não foi realizado o Estudo de Componente Indígena nem o Estudo de Componente Quilombola no licenciamento. Também não teria sido apresentado um estudo de modelagem que apontasse o que aconteceria com o óleo em caso de acidente, e o licenciamento ainda ignorou os impactos climáticos.

A licença de operação foi liberada para a Petrobras pelo Ibama com 29 condicionantes. Entre elas estão a implementação do Plano de Emergência Individual, Projeto de Monitoramento de Impactos de Plataformas e Embarcações sobre a Avifauna (PMAVE), Plano de Prevenção e Controle de Espécies Exóticas (PPCEX), Projeto de Educação Ambiental dos Trabalhadores (PEAT), Projeto de Controle da Poluição (PCP), dentre outros.

O documento técnico também ressalta que a licença não exime a companhia da obtenção de autorizações junto a outros órgãos e instituições, se eventualmente exigíveis.

O bloco FZA-M-59, que abriga o poço de Morpho (onde os trabalhos de perfuração já começaram, segundo a Petrobras), é apenas o primeiro de uma série na bacia da Foz do Amazonas. Há outros oito blocos em licenciamento e 19 arrematados no leilão da ANP em junho.

“A abertura de uma nova fronteira exploratória do petróleo via liberação do bloco FZA-M-59 implicará, em plena crise climática, aumento na produção de combustíveis fósseis, que, por sua vez, elevará as emissões de gases de efeito estufa no país e no mundo”, argumentou o Instituto Arayara em nota.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

Recent Posts

25% dos adolescentes consomem álcool de forma regular; meninas bebem com mais frequência

Mais da metade da população brasileira, cerca de 56%, experimentou bebidas alcoólicas antes dos 18…

7 minutos ago

IPC-S desacelera a 0,19% na 3ª quadrissemana de outubro, após alta de 0,45% na 2ª quadri

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou a 0,19% na terceira quadrissemana de…

8 minutos ago

Petróleo fecha em alta superior a 5%, após sanção dos EUA contra petrolíferas da Rússia

O petróleo fechou em alta superior a 5% nesta quinta-feira, 23, após a União Europeia…

16 minutos ago

Países árabes e islâmicos condenam aprovação de leis de Israel para anexar a Cisjordânia

Quinze países árabes e islâmicos divulgaram nesta quinta-feira, 23, um comunicado conjunto condenando "nos termos…

17 minutos ago

Lore Improta expõe pergunta embaraçosa de filha após revelar gravidez

Léo Santana e Lore Improta anunciaram, nesta quarta-feira, 22, que estão esperando um bebê. Nos…

20 minutos ago

Pintura de Igreja gera briga entre padre e locutor em Minas Gerais

A restauração de uma obra sacra que ocupa o altar principal de uma igreja na…

24 minutos ago

This website uses cookies.