Alta do crédito privado pode elevar riscos ao sistema financeiro dos EUA, diz Fed de Boston


O mercado de crédito privado nos Estados Unidos experimentou um crescimento “meteórico” nas últimas décadas, passando de US$ 46 bilhões em 2000 para aproximadamente US$ 1 trilhão em 2023, segundo o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Boston. O estudo destaca que esse avanço foi impulsionado principalmente por empréstimos diretos a empresas, muitas vezes indiretamente financiados por bancos.

O Fed alerta que os “extensos vínculos dos bancos com o mercado de crédito privado” podem expor o sistema financeiro a riscos, já que os empréstimos privados são tradicionalmente mais arriscados. No entanto, ressaltam que os bancos ocupam uma posição privilegiada na estrutura de crédito: “Os empréstimos bancários aos fundos de crédito privado são garantidos e estão entre os passivos mais prioritários, e seriam os primeiros a serem pagos em caso de inadimplência”.

O documento também discute se o crescimento do crédito bancário representa uma substituição do crédito bancário ou uma expansão para empréstimos mais arriscados. “Se os fundos de crédito privado estão capturando participação de mercado dos bancos, em vez de expandir o mercado com empréstimos mais arriscados, isso poderia reduzir o risco sistêmico”, explica. Isso ocorre porque os fundos de PC têm menor alavancagem e são menos vulneráveis a corridas financeiras, já que seus investidores estão “contratualmente vinculados por vários anos”.

Por outro lado, se o crescimento estiver associado a empréstimos mais arriscados, o sistema financeiro poderia se tornar mais frágil. “O setor financeiro estaria efetivamente mais alavancado, e essa alavancagem estaria nos balanços de mutuários mais arriscados”, alerta o relatório.

O Fed também destaca que os bancos são os principais provedores de liquidez para os fundos de crédito privado, com linhas de crédito rotativas representando a maior parte dos empréstimos. Cerca de 30% dessas linhas permaneciam não utilizadas no final de 2023, o que poderia ser uma “faca de dois gumes”: enquanto ajuda em crises, também pode facilitar o excesso de alavancagem em períodos de ‘boom’ econômico.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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