Aliança Democrática vence eleições em Portugal sem maioria no Congresso e apoio ao Chega cresce


O partido de centro-direita Aliança Democrática venceu as eleições gerais em Portugal neste domingo, 18, mas não conseguiu garantir a maioria no Parlamento e caminhava para tomar posse como um governo minoritário pela segunda vez em um ano, em meio a um aumento no apoio a um partido populista de extrema direita. A terceira eleição geral de Portugal em três anos frustrou as esperanças de que o pleito pudesse colocar um fim ao pior período de instabilidade política em décadas no país da União Europeia.

Além disso, uma onda crescente de apoio ao Chega, um partido populista que ainda pode ficar em segundo lugar com seu foco em conter a imigração e reprimir a corrupção, adicionou ainda mais incerteza ao clima político de Portugal.

Com 99,2% dos votos apurados, a Aliança Democrática conquistou pelo menos 89 cadeiras na Assembleia Nacional, o Parlamento português, com 230 assentos.

O partido estava no poder havia menos de um ano quando foi destituído após perder um voto de confiança em março. Conquistou 80 cadeiras nas eleições do ano passado e atuou como um governo minoritário.

O líder da Aliança Democrática, Luis Montenegro, o atual primeiro-ministro, indicou que estaria aberto a acordos políticos com partidos de oposição.

“Todos nós precisamos ser capazes de falar uns com os outros e colocar o interesse nacional em primeiro lugar”, disse em um discurso pós-eleição para seus apoiadores.

Sete partidos menores também ganharam assentos.

Sem a maioria das cadeiras, a Aliança Democrática, liderada pelo Partido Social-Democrata, pode tentar conquistar apoio de partidos menores, o que atualmente é visto como improvável, ou assumir o poder como um governo minoritário, como fez em seu último mandato. Isso deixa a legenda à mercê de partidos de oposição que se unem para derrubá-la, como aconteceu há dois meses.

A frustração pública com os principais partidos de Portugal criou um cenário político cada vez mais fragmentado e desafiou os esforços de união em torno de políticas e questões nacionais urgentes, como imigração, moradia e custo de vida.

Em uma demonstração dramática da mudança de rumo da política portuguesa, o apoio ao partido populista Chega voltou a crescer. A legenda conquistou pelo menos 58 assentos, contra 50 no ano passado, e está a desafiar os Socialistas de centro-esquerda como o segundo maior partido de Portugal.

O Chega disputou sua primeira eleição há apenas seis anos, quando conquistou uma cadeira, e se alimentou da insatisfação com os partidos tradicionais mais moderados. Fazendo campanha sob o lema “Salve Portugal”, descreve-se como um partido nacionalista e se aproveitou da popularidade de seu líder, advogado e ex-comentarista de futebol André Ventura.

“Este é o meu momento”, disse Ventura. “É uma grande vitória para o Chega.”

Ele abriu as portas para um entendimento com a Aliança Democrática, dizendo que o país precisa de estabilidade.

Nos últimos 50 anos, os sociais-democratas e o Partido Socialista se alternaram no poder.

Os socialistas estavam contemplando possivelmente seu pior resultado desde 1987, também conquistando 58 cadeiras.

O líder socialista Pedro Nuno Santos anunciou a intenção de se demitir, dizendo: “Estes são tempos difíceis para o Partido Socialista.” Fonte: Associated Press



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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