Agenda de coronel do ‘Comando 4’ tinha anotações sobre Pacheco, Moraes e Zanin


Além de celulares e computadores, uma agenda manuscrita foi essencial para a Polícia Federal avançar na investigação sobre o grupo de extermínio autodenominado Comando 4 (Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos).

Em meio a anotações ordinárias, que incluíam até mensagens religiosas devocionais, os policiais encontraram registros sobre reuniões, “missões” e “festas” – senhas que, segundo os investigadores, eram usadas para se referir às execuções.

Foi nessa agenda que a PF encontrou menções ao senador Rodrigo Pacheco (PSD-MR), ex-presidente do Senado, e aos ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A caderneta pertence ao coronel reformado do Exército Etevaldo Caçadini de Vargas, preso nesta quarta-feira, 28, durante nova etapa da Operação Sisamnes – juiz corrupto, segundo a mitologia persa -, por suspeita de fazer parte do Comando 4.

O nome de Rodrigo Pacheco aparece próximo aos termos “vigilância armada” e “guarda armada”. Em nota, o senador classificou como “fato estarrecedor” o seu suposto monitoramento pelo grupo.

Já os nomes de Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin constam logo abaixo do termo “LIVE”. Caçadini é dono da comunidade Frente Ampla Patriótica, criada após o 8 de Janeiro. Além de grupos no WhatsApp, há um canal no YouTube para, segundo ele, reunir “patriotas e conservadores do Brasil”. O coronel publicou 101 vídeos na plataforma desde então e defendeu abertamente ideias golpistas.

Os advogados Sarah Quinetti e Ronaldo Lara, que representam o coronel, disseram que ele é inocente.

Ao decretar a prisão preventiva de cinco suspeitos de envolvimento com o grupo, o ministro Cristiano Zanin alertou para o “potencial bastante pernicioso” da organização.

Segundo o ministro, o grupo demonstrou capacidade de identificação, monitoramento de alvos, agenciamento de pessoal e estrutura operacional, inclusive financeira, “a denotar elevado potencial de letalidade”.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS SARAH QUINETTI E RONALDO LARA, QUE REPRESENTAM O CORONEL CAÇADINI E SALÉZIA MARIA

O escritório Sarah Quinetti Advocacia Criminal informa que está acompanhando de perto as diligências realizadas nesta pela Polícia Federal em Belo Horizonte, Minas Gerais, no âmbito da Operação Sisamnes que envolve o coronel Caçadini e demais pessoas, a quem representamos.

Ressaltamos que, até o momento, não foi encontrado qualquer elemento ilícito relacionado aos acusados nas buscas realizadas na capital mineira.

Reafirmamos nossa confiança nas instituições brasileiras e no trabalho responsável das autoridades competentes, bem como reafirmamos nossa convicção na inocência dos nossos constituídos.

Permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários.

Sarah Quinetti e Ronaldo Lara



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

Recent Posts

Horóscopo do dia: previsão para os 12 signos em 25/08/2025

Esta segunda-feira terá o poderá revelar forças internas, ajudando a enxergar com mais clareza quais…

2 horas ago

Crespo exalta coragem do São Paulo após batalha na Libertadores e pede calma com Lucas Moura

Hernán Crespo apareceu bem mais leve para a entrevista coletiva após o São Paulo fazer…

3 horas ago

Cuiabá vacila, empata com Atlético-GO e perde chance de encostar na zona de acesso da Série B

Sonhando em retornar à Série A no ano seguinte ao rebaixamento, o Cuiabá recebeu o…

4 horas ago

Djokovic inicia caminhada para figurar entre maiores campeões do US Open com tranquila vitória

Novak Djokovic iniciou da melhor maneira possível sua busca para entrar no seleto grupo com…

5 horas ago

Cadillac define dupla de pilotos para 2026 na Fórmula 1 e Drugovich fica de fora

Em vias de entrar para o grupo de construtores na Fórmula 1, a Cadillac começa…

5 horas ago

This website uses cookies.