Insatisfeito com o resultado de 1 a 1 com o Corinthians na Neo Química Arena, Abel Ferreira manteve uma postura mais serena após o último dérbi da temporada. O treinador do Palmeiras mostrou um temperamento diferente do exibido na partida, em que chegou até a receber cartão amarelo por reclamação. O empate não foi satisfatório e, segundo ele mesmo, teve gosto de derrota.
“Nem sempre o resultado traduz aquilo que é eficiência e produção de uma equipe, como foi o caso de hoje. O sentimento meu é exatamente esse. Sentimento de derrota, perdemos dois pontos”, admitiu Abel.
O treinador português fez uma leitura técnica do time do Corinthians, que em certo momento utilizou o volante Raniele como zagueiro. Para ele, o Palmeiras jogou melhor durante os 90 minutos, especialmente na primeira etapa. Porém, foi ineficaz em transformar as chances em gol e acabou sendo penalizado por isso.
“Nós tivemos… tivemos oportunidades de sobra para sair daqui com outro resultado”, avaliou Abel, lembrando-se de um lance envolvendo o meia Maurício. “Não fomos eficientes, apesar de eu achar que fizemos um bom jogo. Fomos melhor na primeira e na segunda etapa. Não é o primeiro jogo que isto acontece”, disse citando a Copa do Brasil. “Meu sentimento é esse: que perdemos dois pontos aqui”, disse Abel, completando seu raciocínio.
Por levar o terceiro cartão amarelo, Abel estará de fora para a próxima partida do Palmeiras no Brasileirão, contra o Internacional, no Allianz Parque, no dia 13 de setembro. O clube alviverde não entrará em campo por um tempo em razão da data Fifa. A pausa pode ser benéfica pensando na preparação de Andreas Pereira e num eventual retorno de Raphael Veiga.
POUCA ROTATIVIDADE
Abel ainda foi perguntado sobre a pouca rotatividade que deu à sua equipe neste domingo. Ele realizou apenas duas substituições durante os 90 minutos: Maurício deu lugar a Facundo Torres, enquanto Felipe Anderson saiu para a entrada de Sosa.
“Entendi que o Felipe (Anderson) e o Maurício tinham feito um excelente jogo até a altura que nós os trocamos”, avaliou. Depois, justificou não ter trocado os centroavantes por não ter opções no banco.
“Eu sou obrigado a fazer as cinco substituições?”, perguntou o técnico a um jornalista, que respondeu negativamente. “Achei que não havia necessidade de fazermos substituições. Quem é que eu podia refrescar? Podia tirar o Lucas (Evangelista), que estava a jogar bem? Achei que não. O Aníbal (Moreno) ou o Emiliano (Martínez)? Achei que não”, e seguiu, dando exemplos de outros jogadores, como Vitor Roque e Flaco Lopez.
“Entendi que deveria fazer essas duas substituições e, como te disse, não está escrito em lugar nenhum que eu tenho de fazer as cinco substituições”, completou.
Com relação às peças que sente falta no elenco, o técnico foi breve na resposta. “Faltou Paulinho estar pronto. Faltou Andreas Pereira estar pronto para nos ajudar. Não tem nada a ver com reforços. Acho que hoje ficou bem evidente que fomos melhores e não conseguimos ganhar.”
Por: Estadão Conteúdo