A série de leilões de concessões rodoviárias do Paraná foi concluída nesta quinta-feira, 30, com a disputa pelo Lote 5. A gestora Patria desbancou o Grupo Way e consolidou seu protagonismo ao lado da EPR, joint venture formada por Equipav e Perfin. Das seis rodovias do Estado concedidas desde 2023, apenas o Lote 3 não ficou com um dos dois grupos, tendo sido arrematado pela Motiva.
Os projetos acumulam mais de 3 mil quilômetros e superam R$ 60 bilhões de investimentos em obras, segundo o governo do Paraná. Com isso, a série de leilões promovida pelo governo federal, em parceria com o governo estadual, se consolida como o maior programa de concessões rodoviárias da América Latina.
O Patria inaugurou e encerrou a rodada de certames. Além do leilão desta quinta-feira, venceu o primeiro, em agosto de 2023, quando levou o Lote 1. A EPR, por sua vez, terminou a série de disputas como a principal vencedora, com três blocos conquistados (2, 4 e 6).
O mais recente deles foi o Lote 4, arrematado na semana passada. A disputa contou com a participação do Patria, da Motiva e do grupo português Mota-Engil, responsável pela construção do Túnel Santos-Guarujá.
Nos Lotes 2 e 6, a EPR, única a participar de todos os seis leilões, não enfrentou concorrência, o que resultou em deságios modestos, de apenas 0,8% nas duas disputas. Os outros quatro certames tiveram ao menos dois concorrentes, o que elevou os descontos.
O deságio de 23,83% oferecido hoje pelo Patria superou a marca registrada na semana passada, quando a EPR ofereceu 21,3% no Lote 4. Ainda assim, o maior desconto continua sendo o da Motiva, que em dezembro de 2024 arrematou o Lote 3 com 26,6% de deságio, o maior patamar desde 2019.
O Patria ofereceu com “bastante tranquilidade” o desconto, segundo o sócio da instituição, Thiago Bronzi. “Já temos o financiamento de curto prazo estruturado. Isso nos dá um fôlego grande para estruturar os investimentos da maneira mais adequada”, afirmou ele em entrevista coletiva após o leilão.
Sinergia
Sobre a motivação para participar do leilão desta quinta-feira, 30, Bronzi citou a familiaridade da gestora com o Estado, já que opera o Lote 1. “Estudamos esse projeto por anos e conhecemos a região”, comentou.
Para Rodrigo Campos, especialista em infraestrutura e regulatório do escritório de advocacia Vernalha Pereira, a vitória na licitação desta quinta faz todo sentido para o Patria. “A gestora agrega a seu portfólio mais um contrato em território paranaense, dotado de alto potencial de sinergia com seu outro ativo já em operação no Estado”, afirma.
Por outro lado, foi a falta de sinergia com as concessões atuais da Motiva que fizeram com que a companhia optasse por não disputar o certame, segundo o CEO da empresa, Miguel Setas. “Seguimos buscando crescimento rentável, seletivo e sinérgico”, afirmou o executivo em teleconferência de resultados.
Por: Estadão Conteúdo 
 
            





 
         
         
         
         
        


