5 dicas para não errar na decoração monocromática

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5 dicas para não errar na decoração monocromática

A decoração monocromática revela o poder das cores quando aplicadas com intenção e equilíbrio. Trabalhar em uma mesma paleta permite criar ambientes envolventes, em que cada nuance tem um papel específico na construção da atmosfera. Longe de ser sinônimo de monotonia, essa abordagem destaca texturas, materiais e contrastes sutis, resultando em composições harmônicas e cheias de personalidade.

Para o arquiteto Bruno Moraes, à frente do BMA Studio, a monocromia é um recurso versátil e resulta tanto em composições delicadas quanto propostas marcantes e cheias de impacto. Segundo ele, tudo depende da intenção, e o segredo está na forma como as nuances são exploradas.

“A monocromia não precisa ser entendida como limitação, mas como oportunidade. Ela convida o olhar a se aprofundar nas pequenas variações e nos detalhes que, em um projeto multicolorido, poderiam passar despercebidos”, afirma.

A seguir, confira 4 dicas para não errar na decoração monocromática!

1. Defina as cores

Banheiro com decoração em tons de verde e branco, com armário com pia em mármore e armário verde
O ideal é escolher primeiro a cor base do ambiente (Projeto: BMA Studio | Imagem: Guilherme Pucci)

O primeiro passo é definir qual cor será a base do ambiente, para, na sequência, elaborar o leque de variações que passam desde os mais suaves aos mais profundos. Essa gradação evita que o projeto pareça superficial, acrescenta camadas de interesse e equilibra a intensidade. “Quem opta pelo verde, pode mesclar nuances suaves nas paredes e apostar em versões mais intensas nos móveis”, exemplifica Bruno Moraes.

Outro aspecto importante é escolher os materiais que vão compor essa paleta escolhida. A monocromia só ganha corpo quando inserida em diferentes superfícies como tecidos, pisos, revestimentos e acessórios decorativos.

“O monocromático é muito mais sobre harmonia do que sobre repetição. Por isso, brincar com acabamentos, brilho e opacidade é uma forma de enriquecer o ambiente sem quebrar a unidade. É possível termos uma parede de pintura fosca, alinhada com um móvel laqueado, ambos da mesma cor, mas com resultados completamente diferentes”, explica o profissional.

2. Pintura e marcenaria

Sala com armários em madeira na cor cinza e parede na cor cinza, com sofá azul e almofadas em azul, laranja e cinza e piso cinza
Os móveis também podem ser revestidos na mesma paleta de cores do ambiente (Projeto: BMA Studio | Imagem: Guilherme Pucci)

Para Bruno Moraes, a pintura é, sem dúvida, a ferramenta mais acessível para começar a monocromia. Uma parede coberta por um tom mais fechado pode se tornar o ponto de ancoragem da paleta, enquanto as demais recebem variações mais suaves. Essa estratégia é especialmente eficaz em ambientes de convivência como salas de estar e TV, pois cria contraste sem introduzir novas cores.

Mas a marcenaria planejada também merece seu destaque: móveis como sofás, estantes, armários e painéis podem ser revestidos na mesma paleta escolhida, reforçando a sensação de continuidade. Em cozinhas, por exemplo, armários em tons de cinza, combinados a eletrodomésticos na mesma escala cromática, resultam em um espaço sofisticado e integrado. Já em quartos, a cabeceira e o guarda-roupa planejado em tons coordenados entregam uniformidade sem perder o conforto.

“A marcenaria planejada é uma aliada, porque permite explorar a cor de forma controlada e funcional”, complementa o arquiteto.

3. Texturas na composição

Quarto com cama de casal e janela ampla do teto ao chão de vidro e decorado todo em cinza, com o tapete, roupas de cama e móveis na cor cinza
Tecidos diferentes, mas na mesma cor, destacam contrastes e acrescentam textura à decoração (Projeto: BMA Studio | Imagem: Guilherme Pucci)

Além dos acabamentos, tecidos como veludo, linho e algodão, mesmo dentro da mesma paleta, produzem contrastes táteis e visuais que elevam o ambiente. “Mesmo quando usamos uma paleta neutra, como off-white ou cinza, as texturas conseguem trazer complexidade ao espaço. O que faz a diferença não é a cor em si, mas o quanto conseguimos explorar sua variação em materiais, tecidos e acabamentos diferentes”, afirma.

4. Monocromia em diferentes escalas

Sala de estar com teto e paredes na cor azul e com banquetas e vaso de planta grande branco e outros menores coloridos e um abajur alto laranja
O monocromático se molda ao tamanho do imóvel, seja ele grande ou pequeno (Projeto: BMA Studio | Imagem: Guilherme Pucci)

Um dos maiores trunfos desse estilo é sua adaptabilidade a imóveis pequenos e grandes. Nos apartamentos compactos, a continuidade visual proporcionada por uma única cor ajuda a ampliar a percepção de espaço. Ao evitar contrastes marcantes, o olhar percorre o ambiente sem interrupções, fazendo com que pareça maior do que realmente é.

Em projetos com áreas mais generosas, a monocromia é um recurso que valoriza a imponência. Um living com pé-direito duplo se beneficia de uma paleta única que dá unidade à grande área e torna o local mais sofisticado. Porém, a escolha deve estar alinhada ao impacto desejado, uma vez que os neutros transmitem serenidade, enquanto tons mais marcantes ressaltam a grandiosidade do espaço.

“O monocromático se molda ao tamanho do imóvel. Nos pequenos, é solução para integrar e ampliar; nos grandes, é estratégia para propiciar coerência e elegância. É por isso que esse recurso nunca se limita a um perfil específico de projeto”, explica o profissional.

5. Vencendo o medo

Muitos moradores têm receio de apostar em um décor monocromático por achar que podem se cansar facilmente da escolha. Uma alternativa prática é começar em ambientes de uso menos frequente. Esses espaços permitem experimentar a estética em menor escala e perceber como a monocromia impacta a atmosfera.

Outra forma de reduzir a insegurança é introduzir a paleta em bases neutras e variar a intensidade em acessórios. Por exemplo, usar cinza nas paredes e móveis e incluir almofadas, tapetes ou obras de arte na cor.

Por Emilie Guimarães





Fonte: Portal EdiCase

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