O Ibovespa, que mais cedo renovou a máxima histórica aos 147.976,99 pontos, recuou no decorrer da tarde, mas conseguiu terminar a sessão desta segunda-feira, 27, em nível recorde de fechamento, aos 146.969,10 pontos, em alta de 0,55%. Pela manhã, o índice foi impulsionado por sinais de redução na tensão comercial dos Estados Unidos com a China e o Brasil, mas à tarde a Bolsa cedeu parcialmente à pressão da realização de lucros, depois de ter subido quase 4% nas últimas duas semanas.
Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, apontou que as expectativas positivas em relação ao encontro entre os presidentes Donald Trump (EUA) e Xi Jinping (China), bem como o diálogo recente entre Trump e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, contribuíram para melhorar o apetite por risco entre os investidores.
A isso se soma o contexto de alívio na pressão de juros futuros que já vinha dando força à Bolsa nos pregões anteriores, motivado pela revisão para baixo das expectativas de inflação no boletim Focus, a redução no preço da gasolina pela Petrobras e a leitura abaixo da esperada tanto do IPCA-15 quanto dos preços ao consumidor dos EUA, segundo Lucas Tambellini, gestor de renda variável da Lifetime Asset. “A inflação cedendo alivia a curva de juros. Todo mundo coloca na conta que o Banco Central começará a cortar juros e isso ajuda a Bolsa.”
Daniel Nogueira, coordenador de sales e distribuição de renda variável da InvestSmart XP, destacou que, além dos encontros de Trump, a vitória eleitoral de aliados do presidente argentino Javier Milei também colaborou para a busca por ativos mais arriscados. Segundo ele, houve um forte fluxo de capital direcionado para ETFs de países emergentes no exterior.
Entre os destaques da sessão, as ações de Itaú Unibanco e Banco do Brasil foram as que mais contribuíram para o avanço do Ibovespa. Os papéis da MBRF (MBRF3) tiveram alta significativa, de 6,45%, após a empresa ampliar a parceria com a Halal Products Development Company (HPDC). Do lado negativo, Sabesp (SBSP3) foi a que mais prejudicou o movimento do Ibovespa.
Por: Estadão Conteúdo









