Ponte Preta decide a Série C com o Londrina atrás do primeiro título nacional em 125 anos

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Fundada em 1900, a Ponte Preta está prestes a conquistar o seu primeiro título nacional, neste sábado, quando enfrenta o Londrina pelo jogo de volta da final do Campeonato Brasileiro da Série C. Como houve empate na ida, no Paraná, quem vencer será campeão, com novo empate e o título sairá na cobrança de pênaltis. O jogo começa às 17 horas, deste sábado, no estádio Moisés Lucarelli, com mais de 17 mil torcedores.

Orgulhosa de ostentar na sua história a marca de ser o como primeiro clube do país a ter um negro em seu elenco, Miguel do Carmo, um dos seus fundadores, a Ponte Preta é um time popular, porém, estigmatizado pela carência de títulos. Foi campeã da Divisão Especial, antiga Segunda Divisão paulista em 1969, mesmo título conquistado mais recente, em 2023.

Entre as décadas de 1970 e 1980, a Ponte Preta foi quatro vezes – 1970, 1977, 1979 e 1981 – vice-campeã paulista. Participou da final histórica em 1977 com o Corinthians, que não era campeão há 23 anos.

A perda destes títulos fortaleceu o estigma da Ponte Preta nunca ser campeã. E gerou provocações do rival Guarani, cuja torcida ressalta o fato de ter sido o único clube do interior a ser campeão brasileiro, em 1978. O seu maior concorrente também já levantou a Taça de Prata de 1981, equivalente à Série B nacional.

Pela primeira vez a Ponte Preta alcança uma final nacional e, por isso, a expectativa é de que conquiste o seu primeiro título brasileiro. A competição é organizada pela CBF, que já confirmou a presença em Campinas do presidente Samir Xaud para entregar o troféu ao campeão.

O time campineiro é dono da melhor campanha na Série C. Terminou a fase classificatória em segundo lugar, um ponto – 36 a 37 – atrás do Caxias-RS. Em 19 jogos, venceu 11, empatou três e sofreu cinco derrotas. Nesta altura já sofria com atrasos de salários, uma crise que culminou com a saída de vários jogadores e do técnico Alberto Valentim, que se transferiu para o América-MG na Série B.

Marcelo Fernandes, com longa história no Santos, assumiu o time, pouco tempo após ser demitido do Guarani, chegando ao Majestoso sob forte desconfiança. Mas logo caiu na graça da torcida, ao conseguir seis vitórias consecutivas, sendo três na primeira fase e três no quadrangular. Foi o primeiro time a garantir o acesso à Série B, depois acompanhado por Londrina, Náutico e São Bernardo.

O acesso foi carimbado com três meses de salários em atraso, com a diretoria conseguindo apenas honrar os prêmios por vitórias. A Ponte Preta terminou líder do Grupo C, com 13 pontos, com duas vitórias nos dérbis sobre o Guarani – 1 a 0 no Brinco de Ouro e 2 a 1 em casa.

O Londrina, por sua vez, não teve uma vida tão fácil na primeira fase, terminando na quarta colocação com 30 pontos. Em 19 jogos, venceu oito, empatou seis e perdeu outras cinco vezes.

No quadrangular final, ficou no Grupo B, sem dúvidas o mais equilibrado, mas soube crescer no momento certo e embalou duas vitórias seguidas rumo ao acesso, terminando na liderança com 10 pontos. Além de ter ficado invicto, com duas vitórias e quatro empates neste quadrangular.

Por curiosidade, o técnico do time paranaense é Roger Silva, ex-centroavante revelado pela Ponte Preta, com passagens por grandes clubes como São Paulo, Palmeiras e Santos. Diante das circunstâncias, o Londrina entra em campo como azarão, tentando fazer o papel de visitante ingrato.



Por: Estadão Conteúdo

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