6 doenças crônicas comuns em cachorros e gatos 

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6 doenças crônicas comuns em cachorros e gatos 

Assim como os humanos, cães e gatos também estão suscetíveis a desenvolver doenças crônicas ao longo da vida. Essas condições se caracterizam por sua evolução lenta, exigindo acompanhamento contínuo e cuidados diários para garantir bem-estar e qualidade de vida. Muitas vezes, os sinais passam despercebidos no início, o que pode atrasar o diagnóstico e comprometer o tratamento. Por isso, o olhar atento é fundamental para identificar mudanças de comportamento, apetite ou energia.

A medicina veterinária avançou muito nas últimas décadas, permitindo que doenças antes consideradas graves ou fatais sejam hoje controladas com medicamentos, alimentação adequada e acompanhamento periódico. A detecção precoce é o grande diferencial para manter os pets saudáveis e ativos por mais tempo.

A seguir, confira as doenças crônicas mais comuns em cachorros e gatos!

1. Diabetes mellitus

O diabetes mellitus é uma das doenças endócrinas mais comuns em cães e gatos. Ela ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou o corpo não consegue utilizá-la adequadamente, resultando no aumento da glicose no sangue. Entre as principais causas, estão obesidade, sedentarismo, idade avançada e predisposição genética — especialmente em raças como poodle, beagle, siamês e burmês.

Os sintomas mais comuns incluem aumento da sede e da urina, perda de peso mesmo com apetite aumentado, fraqueza e infecções urinárias frequentes. Segundo Pedro Risolia, médico-veterinário da Petlove, o tratamento visa reduzir os sintomas causados pela hiperglicemia e deve ser sempre orientado por um veterinário.

“Para gerar melhores condições de vida ao pet e garantir seu bem-estar, é fundamental seguir o protocolo indicado pelo profissional, que pode prescrever aplicação de insulina, recomendar atividade física no dia a dia do animal, montar uma dieta adequada e orientar o controle de possíveis infecções secundárias”, pontua.

A prevenção, por sua vez, depende de uma alimentação balanceada e da manutenção do peso ideal.

2. Insuficiência renal crônica

A insuficiência renal crônica é uma das principais causas de adoecimento em gatos idosos, mas também pode atingir cães. Ela ocorre quando os rins perdem gradualmente a capacidade de eliminar toxinas do sangue, levando ao acúmulo de substâncias nocivas no organismo. As causas incluem envelhecimento, infecções renais, uso prolongado de certos medicamentos e predisposição genética.

Conforme a médica-veterinária Joana Portin, da Petlove, os animais com doença renal podem apresentar sintomas variados, sendo alguns mais comuns. “O emagrecimento gradual acompanhado de perda de apetite, halitose, aumento da produção de urina — que pode, muitas vezes, estar mais clara que o habitual ou até conter sangue — são sinais frequentes. Diarreia e vômito também podem fazer parte deste quadro, assim como comportamentos atípicos na caixa de areia ou tapete higiênico”, explica.

A profissional também alerta que certos sintomas podem indicar quadros mais graves de doença renal. “Desidratação, hálito urêmico (odor forte de ureia na boca) e úlceras na boca podem sinalizar situações mais graves. Em todos estes casos, deve-se procurar um médico-veterinário para um acompanhamento profissional”, recomenda.

O tratamento busca retardar a progressão da doença, com dietas específicas, medicações, fluidoterapia e acompanhamento regular. A prevenção envolve hidratação adequada, alimentação de qualidade e exames de sangue e urina periódicos.

Profissional realizando fisioterapia em um cachorro grande
A fisioterapia pode fazer parte do tratamento para artrite e artrose em animais (Imagem: Christian Mueller | Shutterstock)

3. Artrite e artrose

A artrite e a artrose são doenças articulares degenerativas que provocam dor, inflamação e limitação dos movimentos. São mais comuns em cachorros de grande porte e gatos idosos, podendo ser causadas por idade avançada, traumas, sobrepeso, doenças autoimunes ou predisposição genética. O tutor pode perceber o problema quando o pet passa a se levantar com dificuldade, evita subir escadas ou demonstra dor ao andar.

Segundo Pedro Risolia, o tratamento de artrites e artroses pode envolver manejo ambiental e alimentar, suplementação, fisioterapia, acupuntura e analgésicos. Neste contexto, identificar o grau da artrose por meio dos exames complementares é o que vai determinar a terapia ideal. A prevenção passa por manter o animal ativo com exercícios leves, evitar pisos escorregadios e fornecer uma alimentação equilibrada que preserve a saúde das articulações.

4. Doenças cardíacas crônicas

Problemas cardíacos como insuficiência cardíaca congestiva e cardiomiopatia são frequentes, principalmente em cães de raças pequenas (como poodle, shih tzu e dachshund) e em gatos idosos. Essas doenças comprometem a capacidade do coração de bombear sangue de forma eficiente. Entre as causas, estão envelhecimento, predisposição genética, hipertensão e infecções.

Segundo Mayara Andrade, médica-veterinária especializada em nutrologia de Guabi Natural, marca da BRF Pet, em geral, cães e gatos podem apresentar sintomas como dificuldade de respirar, dispneia (respiração rápida e curta), falta de ar, cansaço, tosse similar a engasgo, intolerância ao exercício, língua arroxeada, podendo até ter desmaios. Esses sinais podem aparecer todos juntos ou irem aumentando conforme a doença evolui.

O tratamento envolve medicamentos para melhorar a função cardíaca, controlar a pressão e eliminar líquidos retidos. O acompanhamento veterinário é essencial, com exames de ecocardiograma e radiografias. A prevenção, por sua vez, inclui alimentação balanceada, controle de peso e check-ups regulares.

5. Doença periodontal

A doença periodontal é uma inflamação crônica das gengivas causada pelo acúmulo de placa bacteriana e tártaro nos dentes. Afeta grande parte dos cachorros e gatos adultos, especialmente os de pequeno porte. Quando não tratada, pode causar dor intensa, mau hálito, sangramento gengival, perda de dentes e até infecções em órgãos vitais, como coração e rins.

O tratamento é feito com limpeza dental sob anestesia e, em casos mais graves, extração de dentes comprometidos. Para prevenir, o tutor deve escovar os dentes do pet regularmente com produtos específicos, oferecer brinquedos e petiscos que auxiliem na limpeza e realizar visitas periódicas ao veterinário para avaliação bucal.

6. Distúrbios da tireoide (hipotireoidismo e hipertireoidismo)

Os distúrbios da tireoide são doenças endócrinas que afetam o metabolismo dos pets. O hipotireoidismo, mais comum em cães, reduz a produção dos hormônios da tireoide, provocando cansaço, ganho de peso, queda de pelos e apatia. Já o hipertireoidismo, mais frequente em gatos idosos, tem o efeito contrário, aumentando o metabolismo e causando emagrecimento rápido, hiperatividade e aumento do apetite.

Ambas as condições são diagnosticadas por meio de exames de sangue e tratadas com medicamentos que regulam a função hormonal. O controle é feito ao longo da vida, e o acompanhamento veterinário é essencial para ajustar as doses e prevenir complicações.





Fonte: Portal EdiCase

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