6 hábitos para evitar ao cozinhar e se proteger de intoxicação alimentar

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6 hábitos para evitar ao cozinhar e se proteger de intoxicação alimentar

Cozinhar é um ato cotidiano que vai muito além de preparar uma refeição: envolve cuidado e responsabilidade com a saúde. No entanto, pequenos hábitos aparentemente inofensivos podem se transformar em grandes riscos quando o assunto é segurança alimentar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças transmitidas por alimentos provocam mais de 600 milhões de casos e 420 mil mortes todos os anos em todo o mundo.

Os sintomas de intoxicação alimentar surgem entre poucas horas e alguns dias após o consumo: náuseas, vômitos, febre, diarreia e dores abdominais. “Se houver sinais de desidratação ou sintomas persistentes, é essencial procurar atendimento médico”, orienta a especialista em segurança dos alimentos Paula Eloize.

Riscos de lavar o frango cru

Um dos hábitos mais perigosos na cozinha doméstica é justamente aquele que muitos acreditam ser uma medida de higiene: lavar o frango cru. Embora pareça um cuidado, essa prática é, na verdade, arriscada, pois, segundo Paula Eloize, espalha bactérias invisíveis por toda a cozinha. “A água não elimina as bactérias. Ao contrário: ela carrega microrganismos do frango para pias, louças, utensílios, bancadas e até para as mãos e roupas do manipulador”, explica.

Entre os patógenos mais perigosos associados ao frango, estão a Salmonella e a Campylobacter, bactérias que podem causar infecções gastrointestinais graves, febre alta, diarreia intensa e, em casos mais severos, hospitalizações e óbitos. “Muitas pessoas acreditam que estão deixando o alimento mais limpo, mas estão transformando sua cozinha em um foco de contaminação cruzada”, reforça Paula Eloize.

Mulher com cabelo amarrado em rabo de cavalo, usando camiseta amarela e calça bege e colocando cubos frango na panela no fogão
O cozimento do frango ajuda a eliminar as bactérias patogênicas (Imagem: New Africa | Shutterstock)

O calor é o único aliado da segurança

As gotículas de água espalhadas durante a lavagem de carnes podem viajar até um metro de distância, contaminando superfícies, esponjas, panos e alimentos prontos para o consumo. Nenhuma lavagem é capaz de eliminar bactérias patogênicas. A única forma segura é o cozimento. O frango precisa atingir pelo menos 74 °C para que o calor destrua os microrganismos. “O calor é o único aliado da segurança. A água só espalha o problema”, resume a especialista.

Hábitos para evitar ao cozinhar

Abaixo, Paula Eloize lista hábitos que devem ser evitados na cozinha para se proteger de intoxicação alimentar. Confira!

1. Deixar alimentos prontos fora da geladeira

As bactérias se multiplicam rapidamente entre 5 °C e 60 °C, a chamada “zona de perigo”. Leve os alimentos prontos à geladeira em até duas horas após o preparo.

2. Usar a mesma tábua para carnes e vegetais

O corte cruzado é um dos erros mais graves. Tenha tábuas exclusivas para carnes e para vegetais.

3. Não higienizar frutas e verduras corretamente

Lave bem em água corrente e deixe de molho em solução sanitizante própria para alimentos, respeitando o tempo indicado no rótulo.

4. Consumir ovos crus ou malcozidos

Ovos crus podem conter Salmonella. Prefira ovos pasteurizados e cozinhe-os até que a gema esteja firme.

5. Usar leite e derivados não pasteurizados

O leite cru pode conter bactérias como Listeria e E. coli — perigosas especialmente para gestantes, idosos e crianças.

6. Manipular alimentos sem lavar as mãos

A contaminação começa nas mãos. Lave-as sempre antes e depois de tocar em qualquer alimento cru.

Mais do que uma questão de limpeza, a segurança dos alimentos é uma questão de saúde pública global. “O conhecimento salva vidas. Pequenas mudanças no preparo e na manipulação podem evitar doenças, internações e até mortes. Segurança dos alimentos não é luxo, é responsabilidade”, conclui a especialista.

Por Juliana Farias





Fonte: Portal EdiCase

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