Por Redação O Estado de S. Paulo – 13/10/2025 10:17
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 13, que Israel deve aproveitar o fim da guerra na Faixa de Gaza para trabalhar em direção à paz no Oriente Médio. Em um longo discurso na Knesset, o Parlamento de Israel, Trump agradeceu os esforços dos mediadores e disse que está determinado em alcançar um acordo de paz regional.
“Daqui a gerações, este será lembrado como o momento em que tudo começou a mudar”, declarou o republicano, que foi ovacionado pelos parlamentares israelenses.
Trump também usou a oportunidade para agradecer apoiadores e criticar os ex-presidentes democratas Joe Biden e Barack Obama.
Em um desvio inesperado no discurso, Trump também pediu ao presidente de Israel, Isaac Herzog, que perdoasse o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. O republicano descreveu Bibi, o apelido do líder israelense, como um “dos maiores líderes em tempos de guerra”.
Netanyahu enfrenta acusações de corrupção, embora várias audiências tenham sido adiadas durante o conflito com o Hamas. Apesar dos elogios a Netanyahu, Trump disse que o primeiro-ministro não era uma pessoa “fácil” e elogiou o líder da oposição, Yair Lapid.
Oportunidade de paz
Durante o discurso, Trump pressionou Israel a olhar além da guerra, dizendo que o país “conquistou tudo o que podia pela força das armas”. “Vocês venceram. Agora é hora de transformar essas vitórias contra terroristas no campo de batalha no prêmio final da paz e prosperidade para todo o Oriente Médio.”
O republicano também prometeu ajudar a reconstruir a Faixa de Gaza, que foi devastada durante o conflito, e pediu que os palestinos “se afastem para sempre do caminho do terror e da violência.”
“Após imensa dor, morte e dificuldade, agora é a hora de se concentrar em construir seu povo, em vez de tentar derrubar Israel.
Trump até fez um gesto para o Irã, país que ele ordenou bombardeios durante um breve conflito direto entre Teerã e Israel no mês de junho. “Nós apenas queremos viver em paz,” ele disse. “Não queremos nenhuma ameaça iminente sobre nossas cabeças.”
Fórum no Egito
Trump deve seguir viagem para o Egito para uma cúpula com diversos líderes mundiais com o intuito de discutir o futuro da Faixa de Gaza. O republicano brincou com o atraso dos discursos.
“Eles podem não estar lá quando eu chegar, mas vamos tentar”, disse Trump, que questionou a duração dos discursos de Netanyahu e do líder da oposição, Yair Lapid.
O governo Trump convidou Netanyahu para a cúpula no Egito, mas o primeiro-ministro recusou por conta da proximidade do feriado judaico de Simchat Torá.
Apesar do alívio dos dois lados, o cessar-fogo e a troca de prisioneiros não encerraram a guerra, e há muitas questões pendentes sobre o que virá a seguir em Gaza, incluindo se o Hamas concordará com a exigência do plano de Trump de se desarmar.
Em seu discurso, Netanyahu disse que Trump é “o maior amigo que Israel já teve na Casa Branca” e prometeu trabalhar com ele no futuro.
“Senhor presidente, você está comprometido com esta paz. Eu estou comprometido com esta paz”, disse ele. “E juntos, Senhor presidente, alcançaremos esta paz.”
Trégua
Pelo acordo firmado na semana passada, as forças israelenses recuaram para uma nova linha dentro da Faixa de Gaza na sexta-feira, 10, abrindo um prazo de 72 horas para a libertação dos reféns.
O grupo terrorista Hamas libertou todos os reféns vivos nesta segunda-feira e Tel-Aviv também já libertou cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, que foram transportados para a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
O Hamas é obrigado, pelo cessar-fogo, a entregar os restos mortais dos reféns falecidos, mas não está claro com que rapidez isso acontecerá. De acordo com o Fórum das Famílias dos Reféns, apenas quatro corpos de sequestrados serão retornados a Israel nesta segunda-feira.
Tel-Aviv acredita que 26 reféns estejam mortos, enquanto o estado de saúde de outros dois reféns não foi confirmado. Autoridades disseram que o Hamas terá que procurar os restos mortais de alguns reféns, o que pode levar algum tempo. (Com agências internacionais)
Por: Estadão Conteúdo