Após quatro gols anotados em quatro rodadas das Eliminatórias, com aparições burocráticas e questionamentos, a seleção brasileira de Carlo Ancelotti finalmente brilhou. A goleada por 5 a 0 sobre a Coreia do Sul, que estará na Copa do Mundo de 2026, deixou torcedores empolgados para a competição dos Estados Unidos, México e Canadá, e já há quem celebre o quarteto ofensivo sem centroavante. O treinador italiano comemora a apresentação “completa”, mas volta a pregar pelo “compromisso coletivo” e revela que pode variar a escalação ofensiva.
Com o então titular Raphinha para voltar – se recupera de lesão – além dos centroavantes Richarlison e Igor Jesus convocados e João Pedro também no raio de ação, Ancelotti usa do jogo de cintura para não desmotivar os demais jogadores, apesar dos elogios para o quarteto formado por Rodrygo, Vini. Júnior, Estêvão e Matheus Cunha.
“Foi uma partida completa da equipe, jogamos muito bem, com bola, sem bola. O compromisso foi muito bom, mudamos ao longo jogo e (o time) manteve compromisso, qualidade. E mostramos qualidades individuais muito importantes”, admitiu o orgulhoso treinador. “Estou feliz pelo jogo do hoje, completo em todos os aspectos. Hoje começou nossa trajetória para a Copa do Mundo e jogamos bem, eu gostei porque a equipe mostrou muitas qualidades.”
Como imaginado, Ancelotti foi questionado sobre a grande apresentação de seus homens de frente e não escondeu a satisfação. “O grau de satisfação é pelo jogo de equipe, temos uma base forte e ela sendo sólida na defesa, a qualidade na frente sobressai. Hoje Vinicius foi muito bem, assim como Rodrygo e Estêvão. Na frente, há muita qualidade e soluções ofensivas. Hoje ficou claro a qualidade individual desses jogadores”, elogiou.
Mas nada de bancar o esquema ofensivo flutuante. “Depende muito de como serão os jogos, os adversários. Precisamos de controle, desde a saída de trás. (Matheus) Cunha é um atacante que ajuda muito na saída de bola, não tem posição fixa. Hoje o rival meteu pressão (na marcação) e Cunha foi muito importante. Mas teremos variações. Igor (Jesus) tem característica distinta, Richarlison também”, admitiu.
Experiente, Ancelotti também não entrou na ‘pegadinha’ de que daqui para frente a seleção jogará apenas para encantar como fez diante da Coreia do Sul, em Seul. A equipe encara o Japão na terça-feira, em Tóquio, depois faz amistosos contra Senegal, em Londres, e Tunísia, em Paris, em novembro, na despedida do ano.
“Creio que hoje a equipe mostrou que pode jogar nesse nível, com intensidade, qualidade, compromisso. Mas, desde que estou aqui, sempre estou falando a mesmo coisa: o principal é o compromisso coletivo. A equipe tem muita possibilidade para fazer coisas muito bem, (o importante é que) hoje há compromisso dos jogadores e a seleção tem a qualidade que precisa.”
Por: Estadão Conteúdo