As vitaminas são fundamentais para manter o corpo saudável, já que participam de diversas funções essenciais do organismo. No entanto, quando a reposição delas acontece em excesso e sem a devida orientação médica, o efeito pode ser o oposto do esperado, trazendo riscos à saúde. Esse quadro é conhecido como hipervitaminose, uma condição caracterizada pelo acúmulo exagerado de vitaminas no corpo.
Segundo o médico integrativo Wandyk Allison, pós-graduado em endocrinologia e metabologia, a hipervitaminose pode causar desde sintomas leves até complicações graves. “O que deveria ser benéfico acaba se transformando em um veneno. O excesso pode levar a náuseas, à fadiga, a problemas no fígado, nos rins ou até a distúrbios neurológicos”, alerta.
Sintomas de hipervitaminose
Na maioria das vezes, os sinais de hipervitaminose são silenciosos. Isso significa que o paciente pode acreditar que está tudo bem, enquanto o corpo acumula o excesso de vitaminas. Só quando a sobrecarga já está instalada é que os sintomas aparecem. Entre eles, estão:
- Náuseas e fadiga;
- Queda de cabelo;
- Alterações hepáticas;
- Cálculos renais;
- Arritmias;
- Risco de sangramentos;
- Distúrbios neurológicos.
Vitaminas que mais oferecem riscos
As vitaminas que mais preocupam pelo risco de hipervitaminose são as lipossolúveis (A, D, E e K), que oferecem maiores riscos porque ficam armazenadas no fígado e no tecido adiposo. As hidrossolúveis (C e complexo B), por outro lado, costumam ser eliminadas pela urina, mas megadoses também podem causar danos, como cálculos renais e neuropatia.

Como evitar a hipervitaminose
Para reduzir as chances de intoxicação, algumas atitudes práticas podem fazer diferença no dia a dia. Veja seis dicas importantes para evitar a hipervitaminose:
1. Não se automedique
Evite tomar polivitamínicos sem indicação médica.
2. Desconfie das megadoses
Mais vitaminas não significa melhor. Exageros podem intoxicar o corpo.
3. Faça exames regularmente
Apenas exames laboratoriais mostram se há necessidade real de suplementação de vitaminas.
4. Busque personalização
Cada organismo tem demandas diferentes; o ideal é ajustar doses conforme DNA, metabolismo e exames — sempre com orientação médica.
5. Atenção ao poder aquisitivo
Suplementos caros e importados não são sinônimo de saúde. O excesso pode trazer riscos invisíveis.
6. Converse com seu médico
Antes de iniciar qualquer suplementação, peça orientação profissional para garantir equilíbrio entre saúde e performance.
Para o Dr. Wandyk Allison, o grande erro é acreditar que vitamina nunca faz mal. “A hipervitaminose é, muitas vezes, um problema de quem tem acesso. Quanto maior o poder aquisitivo, maior a chance de exagerar em suplementos. A verdadeira sofisticação é ter segurança. Nosso papel é garantir que a saúde venha acompanhada de equilíbrio, e não de riscos invisíveis”, finaliza o médico.
Por Adriana Quintairos
Fonte: Portal EdiCase