
O Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) reforça neste mês de outubro a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da sífilis. O Outubro Verde, mês nacional de combate à sífilis, reforça o chamado para o engajamento de toda a sociedade.
Com informação de qualidade, prevenção e acompanhamento regular, é possível reduzir o número de casos e avançar rumo à eliminação da sífilis congênita em Goiás.
Apesar de antiga, a doença é um desafio para a saúde pública, e pode trazer graves consequências quando não tratada adequadamente, especialmente no caso da sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê durante a gestação.
Sífilis
De acordo com a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), foram registrados 10.148 casos de sífilis adquirida, em 2024. Já em 2025, até o momento, são 8.085 casos. Entre gestantes, os números também preocupam: 3.304 casos em no ano passado, e 2.377 neste ano.
A sífilis congênita, que ocorre quando o bebê já nasce infectado, teve 514 registros e seis mortes no ano passado, e 469 registros e seis óbitos neste ano.
Referência estadual no tratamento de doenças infectocontagiosas, a unidade do Governo de Goiás gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG) na capital registrou 263 casos de sífilis em adultos em 2024. Até setembro deste ano, já foram confirmados 193 casos, praticamente o mesmo número do mesmo período de 2023, que teve 192 registros.
Sintomas e transmissão
Infectologista do HDT, Marina Roriz explica que a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (ISTs) transmitida principalmente durante a relação sexual desprotegida. Também pode ocorrer transmissão por transfusão de sangue (casos raros) e da mãe para o bebê durante a gestação.
Nos adultos, a sífilis pode permanecer silenciosa por anos e evolui em diferentes fases: sífilis primária: lesões genitais indolores, muitas vezes despercebidas; sífilis secundária: lesões de pele em várias partes do corpo, inclusive nas palmas das mãos e plantas dos pés, o que deve acender o alerta para testagem;
sífilis terciária: em casos mais avançados, pode atingir o sistema nervoso central, levando a convulsões, perda motora e até quadros demenciais.
Em gestantes, o risco maior é para o bebê, que pode nascer com deformidades ósseas, problemas neurológicos e sequelas permanentes.
Prevenção e tratamento
A sífilis tem prevenção simples e tratamento eficaz. “O uso do preservativo e a testagem regular são as principais formas de proteção. Quanto mais pessoas fizerem o teste, menos chance a doença tem de se espalhar. O tratamento é feito com penicilina, um medicamento acessível e de aplicação gratuita pelo SUS”, afirma Marina Roriz.
Ela reforça que pessoas com vida sexual ativa devem realizar testagem pelo menos uma vez por ano para sífilis, HIV, hepatite B e hepatite C.
Secretaria da Saúde – Governo de Goiás